Valor econômico, v. 17, n. 4047, 14/07/2016. Política, p. A8

Marta fecha acordo com o PTB para a disputa em São Paulo

Por: Fernando Taquari / Estevão Taiar

Por Fernando Taquari e Estevão Taiar | De São Paulo

 

Atrás dos adversários na disputa por aliados, a senadora Marta Suplicy (PMDB) fechou nos últimos dias o apoio do PTB à sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O acordo, confirmado sob reserva por pessoas envolvidas nas negociações, deve ser anunciado entre os dias 22 e 25 de julho.

As datas coincidem com as convenções partidárias dos três principais adversários de Marta: o prefeito Fernando Haddad (PT), o empresário e apresentador João Doria (PSDB) e o deputado federal Celso Russomanno (PRB). Já as convenções do PTB e PMDB serão no fim de semana seguinte, nos dias 30 e 31, respectivamente.

Pelas conversas em curso, a então pré-candidata Marlene Machado, mulher do presidente do PTB paulista, o deputado estadual Campos Machado, deve compor a vice na chapa de Marta. A união dos petebistas com o PMDB frustrou os planos de Russomanno, que contava com a adesão da legenda para ampliar sua coligação.

O apoio do PTB garante a senadora o terceiro maior tempo de propaganda na disputa pela prefeitura da capital paulista. O maior tempo será de Doria, que hoje tem em sua aliança sete partidos, além do PSDB (PSB, PMB, PHS, PV, PPS, PP e DEM). O tucano calcula que sua campanha terá cerca de 20 minutos de televisão, um terço do total.

O segundo maior tempo de TV será de Haddad. O prefeito petista, que busca a reeleição, já selou acordos com PDT, Pros, PCdoB e PR. Paralelamente às tratativas com o PTB, o PMDB negocia com siglas menores, como PSL e PTN, que planejava lançar a deputada federal Renata Abreu como candidata à prefeitura.

Dado como certo nos bastidores, a coligação entre PMDB e PTB ainda não é tratada de forma oficial. O presidente municipal do PMDB, José Yunes, se limita a afirmar que o acerto "está encaminhado", embora não esteja selado. "Ambos os lados têm a intenção de se fortalecerem", diz.

Nas últimas semanas, o PMDB investiu em conversas que não prosperaram com PPS, PP e Pros. Também tentou atrair o pré-candidato do PSD, o vereador Andrea Matarazzo, ao oferecer o posto de candidato a vice na chapa. "Mas o Matarazzo, que é uma figura extraordinária e que pensa igual a mim, só quer ser candidato a prefeito", diz Yunes.

Mesmo assim, ele admite que já há um acordo para que Marta receba o apoio do PSD caso ela passe para o segundo turno. O pemedebista minimiza o menor número de alianças do que os concorrentes. "Doria precisa de mais tempo de coligação, de espaço na televisão. A Marta é mais conhecida. As necessidades e os focos das campanhas são diferentes", afirma.

Na última pesquisa, realizada pelo Ibope e encomendada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp) entre os dias 16 e 19 de junho, Russomanno aparece na liderança, com 34% das intenções de voto. Marta ficou m segundo lugar com 13% das preferências. Em seguida, em situação de empate técnico, estão a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), com 9%, Haddad e Doria (PSDB), que alcançam 8% cada um, e Matarazzo, com 6%.