Título: Quarteto prioriza diálogo
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 18/10/2011, Mundo, p. 16

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O Quarteto para o Oriente Médio — formado por União Europeia (UE), Rússia, Organização das Nações Unidas (ONU) e Estados Unidos — anunciou que se reunirá com autoridades israelenses e palestinas separadamente em 26 de outubro, em Jerusalém. O objetivo, de acordo com o comunicado feito pelos EUA, é o de tentar retomar as negociações de paz diretas interrompidas há mais de um ano entre as partes, ainda mais afastadas com o pedido de reconhecido feito pela Autoridade Palestina à ONU mês passado.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, fez o anúncio e afirmou que o propósito é "iniciar os preparativos e desenvolver uma agenda para prosseguir com as negociações". Em 23 de setembro, o grupo havia lançado um plano de retomada do diálogo. Israelenses e palestinos se mostraram favoráveis a ele, mas suas reações deixaram em evidência interpretações opostas a essa iniciativa.

A recusa de Israel em congelar a expansão dos assentamentos em territórios palestinos é o principal motivo da paralisação das conversações. Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mostrou-se "profundamente preocupado" com o planejamento contínuo das construções de colônias em Jerusalém Oriental. Segundo ele, os recentes desenvolvimentos nesse sentido são "inaceitáveis" — principalmente pelos esforços para a retomada das negociações. O Quarteto havia pedido que todas as partes se abstivessem de ações provocadoras.

Bairro No sábado, Ban Ki-moon já havia mencionado que os assentamentos na Jerusalém Oriental e no restante da Cisjordânia contrariam o direito internacional e o mapa da paz de Israel para uma solução pacífica do conflito e, portanto, "deveriam cessar". O comunicado da ONU foi divulgado horas após o grupo Peace Now afirmar que Israel havia apresentado formalmente planos para um novo bairro em Jerusalém Oriental, o primeiro novo distrito do setor em 14 anos. A Autoridade Palestina rejeita as negociações diretas com Israel desde o fim de um congelamento da construção de assentamentos, em setembro de 2010.