Título: Assassino recorre ao STF
Autor: Puljiz, Mara
Fonte: Correio Braziliense, 18/10/2011, Cidades, p. 26

Defensores do ex-professor Rendrik Rodrigues pedem que o Supremo Tribunal Federal revogue a prisão preventiva do acusado de matar com três tiros Suênia de Farias, com quem manteve relacionamento amoroso

Os advogados do ex-professor de direito Rendrik Vieira Rodrigues, 35 anos, acusado de matar com três tiros a estudante Suênia Sousa de Farias, 24, apelaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma tentativa de livrar o cliente da prisão. Eles querem que a Corte revogue a prisão preventiva decretada após Rendrik assumir a autoria do crime e ainda levar o corpo para a 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).

A defesa alega que Rendrik se apresentou espontaneamente na delegacia, tem residência fixa e não possui antecedentes criminais. A mesma alegação foi feita no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) para pedir o habeas corpus de Rendrik, mas todas as tentativas de livrá-lo da cadeia no Judiciário local foram em vão. Por unanimidade, quatro desembargadores da 1ª Turma Criminal decidiram, na semana passada, mantê-lo detido até o julgamento, ainda sem data marcada. Ontem, o STF pediu mais informações à câmara criminal em relação à medida cautelar de relaxamento de prisão, mas ainda não julgou o mérito do pedido.

Motivo fútil O ex-professor responde por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima), com pena prevista no Código Penal de 12 a 30 anos de prisão. Após matar a ex-aluna, com quem teve um relacionamento, Rendrik levou o corpo de Suênia à 27ª DP e se entregou.

Mas, para a polícia, ele premeditou o assassinato, uma vez que adquiriu uma pistola .380 duas semanas antes do crime. Os investigadores acreditam ainda que o réu se apresentou na unidade policial contando com o benefício de responder pelo homicídio em liberdade.

Segundo depoimentos, ele não aceitou o término do relacionamento amoroso e a volta de Suênia para o marido, Hélio do Prado. Em 30 de setembro último, armado, o professor a esperou no estacionamento do UniCeub, por volta das 15h30, e pediu para conversarem. Após passar por vários pontos da cidade, Rendrik estacionou o veículo próximo de uma parada de ônibus, em frente ao Jóckei Clube, e pediu que a jovem ligasse para o marido, de um celular de número oculto e com o sistema de viva voz ligado. Suênia teria dito a Hélio que voltaria com o professor, mas o marido desconfiou e registrou ocorrência na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

Com a atitude de Hélio, mesmo se entregando, o professor acabou preso. Na semana passada, Rendrik foi transferido para uma ala especial, chamada de sala de Estado-Maior da Polícia Militar, localizada no Complexo Penitenciário da Papuda. O benefício é concedido para pessoas com nível superior.