Título: China quer detalhes
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 29/10/2011, Economia, p. 18

O governo chinês aguarda a divulgação de detalhes sobre o reforço ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) para decidir sobre seus investimentos no mecanismo de resgate aos países endividados, que passará de 440 bilhões de euros para 1 trilhão.

O anúncio coincidiu com a visita do diretor do Feef, Klaus Regling, a Pequim, em busca de auxílio da segunda potência econômica mundial. A China, que tem as maiores reservas cambiais do planeta (US$ 3,2 trilhões), já se dispôs a socorrer o euro, mas alguns altos funcionários insinuaram que isso só será feito se o continente se abrir mais para produtos e investimentos chineses ou se o país for reconhecido como economia de mercado.

"Esperamos detalhes técnicos que esclareçam alguns pontos", disse ontem o vice-ministro chinês de Finanças, Zhu Guangyao. Regling disfarçou o motivo da visita, afirmando que ela se deveu a "consultas regulares". "Não há negociações em curso com a China", afirmou. O país oriental tem comprado títulos soberanos dos países europeus, mas mantém o volume sob sigilo.

Desemprego recorde na Espanha O desemprego na Espanha subiu de 20,89% para 21,52%, o nível mais elevado desde 1996 e recorde absoluto entre os países desenvolvidos. O número de desempregados passou de 4,83 milhões de pessoas para 4,98 milhões. A meta de baixar o indicador para 19,8% no fim do ano está cada vez mais longe de ser alcançada — o Fundo Monetário Internacional prevê 20,7%. "Trata-se de uma péssima notícia para os socialistas no poder", diz Juan Carlos Martínez Lázaro, economista do IE Business School. O governo esperava que os dados ajudassem os candidatos do partido nas eleições gerais, que serão daqui a três semanas. Quando os números são ruins no terceiro trimestre, na temporada turística, o resultado anual deve ser prejudicado. A inflação ficou estável em 3% em outubro.