Valor econômico, v. 17, n. 4068, 12/08/2016. Brasil, p. A8

'Minha Casa' terá R$ 3,8 bi para contratar 40 mil moradias

Por: Edna Simão, Bruno Peres e Lucas Marchesini

 

O governo anunciou ontem o início das contratações de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida para famílias que se enquadram na faixa 1,5 do programa -renda mensal bruta de até R$ 2,3 mil e capacidade de comprometimento de renda. A medida não implica elevação dos gastos públicos, porque mais de 96% dos recursos serão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Em encontro com representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que teve a presença do presidente interino Michel Temer, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou que serão destinados R$ 3,8 bilhões para contratação de 40 mil moradias. Do total, R$ 1,4 bilhão serão destinados aos subsídios e R$ 2,4 bilhões para financiamentos do FGTS. Do valor previsto para subsídio, apenas R$ 140 milhões são do Tesouro Nacional, o restante virá do FGTS.

Não haverá neste ano contratações de imóveis da faixa 1 do programa, voltada para famílias com renda até R$ 1,8 mil. Araújo afirmou que novas contratações devem ocorrer apenas em 2017, quando todo o estoque de obras paralisadas (35 mil unidades) for zerado, o que deve demorar cerca de dez meses. No caso das faixas 2 e 3, que atendem famílias com renda entre R$ 2,3 mil e R$ 6,5 mil, o governo quer contratar 400 mil unidades neste ano.

Segundo o ministro, o governo interino está em dia com pagamentos e execução de obras de habitação popular durante esse período. "Nesses 90 dias, diferentemente do que vinha acontecendo, o governo Temer não deve um único real a um parceiro de construção de habitação popular nesse país."

Ontem, o presidente interino Michel Temer autorizou a conclusão de mais 10 mil unidades da faixa 1. Como já havia sido anunciada a conclusão de 4.232 moradias, o total de unidades paradas agora está em torno de 35 mil.

Os empresários da construção civil aproveitaram o evento para demonstrar apoio ao governo Temer. "A construção civil apoiará seu governo [Temer] nas medidas propostas para o Brasil resgatar a credibilidade", disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins.