Título: Promessa de melhora
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 25/10/2011, Economia, p. 13

Para não cair numa situação crítica como a da goiana Celg, a Companhia Energética de Brasília (CEB) programou, recentemente, 19 medidas com foco em sua reestruturação financeira. A estatal tenta fechar um acordo para parcelar multas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e, assim, poder voltar a assinar convênios e financiamentos com o governo federal. O Palácio do Buriti já avisou que buscará a renovação da concessão em 2015. Antes disso, torce pela liberação de um empréstimo de R$ 877 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dinheiro para quitar dívidas de curto prazo da CEB e investir na rede de energia da distribuidora.

Em paralelo às movimentações de concessionárias, que incluem busca de sócios, a Aneel levanta informações sobre o patrimônio de outras distribuidoras com dificuldades, que vêm sendo repetidamente multadas pelo órgão regulador nos últimos anos. A intenção é preparar o caminho para uma eventual necessidade de licitar essas redes a outros interessados. Uma hipótese inédita, também em avaliação, é declarar "caduca" a concessão, por não atender as exigências do contrato.

Diretores da Aneel, como Julião Coelho, já defendem nova licitação dos serviços não renovados em função de problemas de qualidade e gestão financeira, apesar de admitirem que é bem mais difícil avaliar e transferir redes de distribuição do que as de transmissão ou usinas de geração. Antes disso, contudo, não estão descartados cortes na tarifa das empresas problemáticas. Agentes do setor elétrico que defendem a privatização da Celg e de outras na mesma situação lembram o bom exemplo da Companhia Energética do Maranhão (Cemar). Com a melhora de indicadores de gestão, a Cemar tem participação da Eletrobras no capital, mas seu acionista majoritário é a Equatorial Energia. (SR)