‘CANALHA’, ‘CHEIRADOR’, ‘ASSALTANTE’...

Igor Gadelha,  Isadora Peron, Fábio Fabrini, Leonencio Nossa e Daniel Carvalho

26/08/2016

 

 

Vossas Excelências - Senadores trocam insultos em sessão no plenário.

O primeiro dia de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no plenário do Senado foi marcado por tensão e bate- boca. Diante de holofotes e câmeras em número superior a dias comuns, senadores se insultaram com termos como “assaltante”, “cheirador” e “canalha”.

A tensão começou pela manhã, quando o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu a suspensão do julgamento e avisou que pediria o afastamento do presidente em exercício Michel Temer. O senador Magno Malta (PR-ES) questionou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, se era o ministro ou “esse menino aqui” que comandava a sessão, referindo- se a Lindbergh. Malta ainda atacou partidos, dizendo que PSDB, PMDB e PT estavam numa “lata de lixo”.

Nesse momento, Gleisi Hoffmann (PT-PR) pegou o microfone para incendiar de vez o plenário. “Estamos aqui num processo doloroso para nós e o País.

Talvez tem uma coisa que eu concorde com o senador Magno Malta. É que aqui não tem ninguém com condições de acusar ninguém e julgar. Por isso que dizemos que é uma farsa”, afirmou ainda em tom brando.

“Qual é a moral deste Senado para julgar a presidente da República? Qual a moral dos senadores que estão aqui para dizer que ela é culpada? Qual é a moral que vocês têm? Gostaria de saber”, disse, já aos gritos.

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), com o indicador apontado para Gleisi, fez referências ao marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo – que foi preso por suposto envolvimento num esquema de desvio de consignados.

“Eu não sou assaltante de aposentado”, gritou Caiado. “E você é (assaltante) de trabalhador escravo”, retrucou a senadora. Lindbergh se aproximou de Caiado e com dedo em riste entrou na discussão.

“Canalha, canalha.” Foi aí que o líder do DEM disparou: “Tem que fazer antidoping. Fica cheirando, não”, disse Caiado.

“Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira”, disse o petista.

“Às vezes parece que o Lewandowski, por mandato constitucional, está presidindo um hospício”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele disse acreditar que a tensão vai diminuir no decorrer do processo.

Embate

“Canalha, canalha (...) Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira.”

Lindbergh Farias (PT-RJ)

SENADOR

“Tem que fazer antidoping. Fica cheirando, não.”

Ronaldo Caiado (DEM-GO) SENADOR