Valor econômico, v. 17, n. 4081, 31/08/2016. Política, p. A6

Lula busca apoio em senadores do MA

Por: Andrea Jubé

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhará a sessão de votação final do impeachment junto com a presidente afastada Dilma Rousseff e outros aliados hoje no Palácio da Alvorada. Lula almoçou e jantou ontem com Dilma, quando avaliaram o placar de votos contra o impeachment, a perspectiva de novas adesões e traçaram estratégias para o pós-impeachment.

Na reta final, o alvo eram os senadores do Maranhão - Edison Lobão (PMDB), Roberto Rocha (PSB) e João Alberto (PMDB). Rocha havia sido cotado para ser ministro de Temer, mas acabou substituído pelo deputado pernambucano Fernando Coelho Filho, também do PSB. Lula teve mais de uma conversa com Lobão para tentar convencê-lo a votar com Dilma.

Se for confirmado o impeachment, Dilma já decidiu que fará uma declaração à imprensa, mas não pretende abrir espaço para perguntas. De início, ela cuidará da mudança para Porto Alegre (RS). Ela tem 30 dias para se mudar do Palácio da Alvorada, mas sairá antes desse prazo. Depois, ela avalia viajar pelo exterior, fazendo palestras sobre o impeachment no Brasil e a defesa da democracia.

Acompanharam as discussões ao longo do dia de ontem, e estarão hoje ao lado de Dilma: os ex-ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), o presidente do PT, Rui Falcão, o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas e um dos líderes do MST, João Paulo. Outros aliados, inclusive deputados, vão se juntar hoje à petista.

Lula, Dilma e os ex-ministros avaliaram como positiva a defesa da petista na segunda-feira no Senado, e continuaram empenhados em virar votos de senadores, embora reconheçam o favoritismo de Michel Temer. Segundo um dos ex-ministros, Dilma até recebeu telefonemas de senadores indecisos cumprimentando-a pelo desempenho.

Um aliado de Dilma pondera que não se justificam os argumentos de ex-ministros da petista, de que ela não lhes dava atenção, para votarem contra ela. É o que declarou o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que foi ministro da Previdência Social. Este aliado cita os senadores e ex-ministros Edison Lobão, Eduardo Braga (PMDB-AM) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), como exemplos de ministros a quem Dilma recebia com frequência, e que agora deverão votar pelo impeachment.

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