Marco Aurélio sai em defesa dos procuradores

Isadora Peron

25/08/2016

 

 

Ministro discorda de Gilmar Mendes, elogia atuação do Ministério Público e cita sistema ‘de freios e contrapesos’.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, defendeu a continuidade das investigações da Operação Lava Jato e afirmou que é preciso apurar o vazamento da delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Questionado sobre o que achava da avaliação do colega Gilmar Mendes, que disse que era “preciso colocar freios” nos procuradores que conduzem as apurações, Marco Aurélio discordou e afirmou que esse é papel da Procuradoria- Geral da República.

“Há o sistema nacional de freios e contrapesos. O Ministério Público vem atuando e reafirmo o que venho dizendo: mil vezes o excesso do que a acomodação.

E temos o Judiciário para corrigir possíveis erros de procedimentos”, afirmou.

O ministro também disse não acreditar que o vazamento de informações sobre a delação de Léo Pinheiro tenha partido da Procuradoria-Geral da República.

“Precisamos apurar, porque é algo que conflita com a lei regedora da colaboração premiada e verificar como houve esse vazamento”, disse. “Eu, talvez, não tenha os dados que o ministro (Gilmar Mendes) tem e eu respeito a opinião de cada qual”, afirmou Marco Aurélio.

No fim de semana, reportagem da revista Veja afirmou que a delação de Léo Pinheiro faria menção ao ministro do Supremo Dias Toffoli. O vazamento fez com que Gilmar criticasse as investigações conduzidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Janot, por sua vez, rebateu o ministro do Supremo e disse que o trecho vazado não fazia parte dos anexos oficialmente entregues pela defesa do empresário.