PF comprova propina para Fernando Bezerra

Andreza Matais e Marcelo de Moraes

10/08/2016

 

 

A Polícia Federal comprovou a denúncia do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) pediu a ele, entre 2010 e 2011, R$ 20 milhões de propina para a campanha à reeleição de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco. O inquérito acaba de ser concluído e já foi encaminhado para o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Na peça, a PF diz que a acusação “encontra-se devidamente demonstrada” e aponta crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Preto no branco. No inquérito para a Lava Jato, a PF diz que Fernando Bezerra participou “ativa e substancialmente na solicitação de propina e também se beneficiou de uma parte do ilícito”. O dinheiro saiu de contrato da Petrobrás para obras de infraestrutura na Refinaria Abreu e Lima.

Outro lado. A defesa do senador informou que não tem conhecimento do resultado do inquérito 4005 no STF. Ressaltou que “não há prova da participação dele em atividade ilícita e que as denúncias são calcadas apenas em informações conflitantes de delatores”.

Respirando. A expectativa de Celso Russomanno é que sua campanha à Prefeitura de São Paulo cresça de dois a três pontos com a decisão do STF de inocentá-lo. Os votos viriam de indecisos que temiam a impugnação de sua chapa. Sua absolvição também deve acabar com a pindaíba na campanha.

No seu quadrado. Na condição ontem, de presidente do Senado, Ricardo Lewandowski preferiu almoçar no STF e não no restaurante da Casa Legislativa.

Boa noite. O ex-presidente Lula discute hoje, 10, à noite, em Brasília, com as bancadas do PT da Câmara e do Senado, o futuro da legenda.

Às moscas. As articulações em torno do impeachment migraram ontem do cafezinho do Senado para o Palácio do Planalto, ao contrário da votação de maio, quando os senadores se revezavam para utilizar uma sala reservada no local que dá acesso ao plenário.

Offline. A Anvisa recomendou que consumidores denunciem "preço abusivo" da vacina da dengue. A nota foi retirada do seu site após reunião entre o diretor, José Carlos Moutinho, e a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinação.

Volta tudo. A Anvisa nega que tenha tratado desse assunto na reunião e diz que a nota será republicada.

Click. Conhecido pelo conservadorismo, o deputado Flávio Bolsonaro (PSC) usou maquiagem para fazer bonito na foto do registro de candidatura à prefeitura do Rio.

Pegou mal. O governo não aprovou o pronunciamento em rede nacional do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, dia 2 de agosto, sobre queimadas. Diz que convocar rádio e TV é só em casos extremos.

Tudo ruim. A crítica foi abafada para evitar problemas com ambientalistas. Mas, no fundo, o Planalto não gostou sequer da gravata verde do ministro.

Vai que é tua. Líderes dizem que cabe a Rodrigo Maia definir sozinho o dia da votação do processo contra Eduardo Cunha.

PRONTO, FALEI!

Gleisi Hoffman, senadora (PT-PR)

Acusando Temer de comprar votos do impeachment

“O interino destravou obras na véspera da decisão do impeachment. Temer chamou senadores ao Planalto para negociar votos. Isso é muito grave!”

COM DANIEL CARVALHO, LUÍSA MARTINS E MARIANA DIEGAS