Defesa de filha critica sentença ‘fora do padrão’

Mariana Sallowicz

10/08/2016

 

 

A defesa de Ana Cristina da Silva Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva , considerou “duríssima” e “fora dos padrões” a sentença do juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.

O ex-presidente da Eletronuclear recebeu a maior pena: reclusão por 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa. Ana Cristina, por sua vez, foi condenada a 14 anos e 10 meses.

“Se considerarmos as condenações da Operação Lava Jato, a sentença foi extremamente rígida, especialmente no caso de Othon. Vamos recorrer”, disse a advogada Ana Beatriz Saguas, que representa Ana Cristina. A reportagem tentou contato com o advogado de Othon, mas ele não atendeu o celular.

A segunda maior pena de Bretas foi para José Antunes Sobrinho, sócio da empreiteira Engevix, condenado a 21 anos e 10 meses. O advogado Carlos Kauffmann afirmou que seu cliente é inocente e que vai recorrer “por não concordar com a análise de provas realizadas”.

Acordo. Já os executivos da Andrade Gutierrez tiveram as penas reduzidas após fecharem acordo de delação premiada. O advogado Juliano Breda, que representa Otávio Marques de Azevedo, presidente afastado da Andrade, e o ex-diretor da empreiteira Flávio Barra, disse que seus clientes estão cumprindo“ rigorosamente” o acordo. “A defesa vai avaliar a sentença para ver se está em linha com as condições fixadas.”

Defensor do único réu absolvido na decisão, Cristiano Kok, o criminalista Antonio Ruiz Filho declarou “não se sentir à vontade para comemorar em razão da pesada condenação imposta aos demais acusados”.