Presidência vai investigar sumiço de bens

 

17/08/2016

 

O Palácio do Planalto decidiu ontem abrir uma sindicância para apurar o destino de objetos que pertencem ao patrimônio do Presidência da República e que estariam desaparecidos. O trabalho será coordenado pela Secretaria de Controle Interno, ligada à Secretaria de Governo, e terá 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para ser concluído.

Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), entre outros itens, será investigada a localização exata da faixa presidencial e do broche de ouro utilizado para adorná-la.

— Não foi apenas a questão da faixa. Essa investigação vai dizer o que sumiu de fato. Há informações desencontradas entre o Palácio da Alvorada e o Palácio do Planalto — disse um assessor do governo.

A sindicância vai servir pra subsidiar o trabalho do Tribunal de Contas da União (TCU), que está identificando todo o patrimônio acumulado nesses últimos anos.

 

PRESENTES NÃO REGISTRADOS

O colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno revelou, há dez dias, que o TCU identificou a ausência de cinco mil itens pertencentes ao patrimônio deixado nos governos Lula e Dilma, entre os quais haveria seis obras de arte de alto valor. O Itamaraty também está ajudando a fazer o levantamento.

O TCU identificou o desaparecimento de cinco mil itens, incluindo as obras de arte. Já o Itamaraty descobriu que pelo menos 700 presentes recebidos de governos estrangeiros deixaram de ser registrados, como manda lei, na lista de patrimônio da União.

Segundo a revista “Veja”, O TCU já teria descoberto que 4.500 itens do patrimônio da Presidência estariam sumidos. Nessa lista, estariam peças de decoração, utensílios domésticos, material de escritório e até computadores.

Ainda segundo a reportagem da revista, no Palácio do Alvorada, residência oficial dos presidentes, teria sido constatado o sumiço de 391 objetos. Na Granja do Torto, uma espécie de casa de campo do governante federal, outros 114 itens teriam sido extraviados.

 

O globo, n. 30326, 17/08/2016. País, p. 7