Título: Crise em pasta atrasa votação
Autor: Decat, Erich
Fonte: Correio Braziliense, 28/10/2011, Política, p. 4

A crise que atingiu o Ministério do Esporte e culminou na troca de comando da pasta vai atrasar a tramitação da Lei Geral da Copa de 2014, na Câmara. A proposta institui o arcabouço jurídico que entrará em vigor durante os jogos do Mundial. A alteração nos trabalhos deve-se ao fato de o colegiado ter perdido algumas sessões ao abrir espaço ao então ministro do Esporte Orlando Silva para que ele pudesse se defender das acusações de desvios na pasta. Orlando foi pelo menos duas vezes à Câmara, onde negou todas as suspeitas de irregularidades que acabaram por derrubá-lo. O tempo dado a Orlando agora deve ser recuperado.

O presidente do colegiado, Renan Filho (PMDB-AL), apresentou requerimento com o pedido para que fosse ampliado o prazo de apresentação do relatório final em mais 20 sessões. "Sem dúvida que a mudança de ministro vai atrasar", disse ao Correio o parlamentar. Segundo ele, há ainda a expectativa de o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ser chamado para participar de audiência na qual deverá apresentar uma opinião sobre pontos polêmicos da proposta, como meia-entrada, venda de bebida alcoólica nos estádios e zona exclusiva de comércio para Fifa, entre outros. A data ainda não está definida.

"Assim que o novo interlocutor for definido ele deverá vir ao Congresso. É necessário que haja um realinhamento de ideias", ressaltou Renan Filho. O colegiado deve aumentar para dois o número de audiências para discutir a proposta. Os encontros ocorriam apenas às terças-feiras. Na agenda da comissão está prevista, para 8 de novembro, a presença do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Com as mudanças no plano de voo, fica cada vez mais apertada a previsão de que o projeto será votado na Câmara até meados de dezembro, como defende o governo. Depois de passar pela comissão, o projeto ainda segue para debate no plenário da Casa. Em seguida ele deve ser encaminhado para análise do Senado. (ED)