Título: 20 anos no controle
Autor: Taffner, Ricardo; Maia, Flávia
Fonte: Correio Braziliense, 28/10/2011, Cidades, p. 22

Após a redemocratização brasileira, o comando do DCE da UnB passou uma década nas mãos da União da Juventude Socialista (UJS). A entidade chefiava a maioria dos diretórios nacionais devido à aproximação com a União Nacional dos Estudantes (UNE). Eles eram responsáveis, entre outras coisas, pelo controle das identidades estudantis, que dão direito a meias-entradas em eventos culturais. Uma mudança na política do setor descentralizou esse tipo de administração e o grupo ligado ao PCdoB perdeu espaço na UnB.

Em 1999, estudantes de várias tendências de esquerda se organizaram para derrotar a UJS. Mas o alto grau de divergência interna fez a gestão se desmantelar em poucos meses e o DCE ficou inativo por dois anos. Em 2001, o movimento estudantil deu um salto de organização. Naquele ano, a chapa formada por alunos independentes, muitos hoje ligados ao PT, venceu as eleições. De 2003 a 2004, o diretório continuou sob o comando do grupo de situação, formado com uma base ligada às tendências Articulação de Esquerda e Democracia Socialista (DS), do PT.

O movimento ganhou novos capítulos em 2004. A UJS conseguiu vencer aquela eleição, mas a chapa acabou impugnada por ter gastos de campanha acima do permitido. Em uma nova votação, o grupo Autonomia do Movimento dos Estudantes (AME) saiu vencedor. No ano seguinte, não houve eleição por conta de greves dos professores e alterações no calendário letivo.

Em 2006, o comando ficou com a chapa Gestão para todos, com jovens ligados à UJS e à DS. Nos dois anos seguintes, foi a vez da Nada será como antes, com influência do PSol e do PSTU, gerir o diretório. A ocupação da reitoria da UnB em 2008 e a queda do reitor Timothy Mulholland adiou a votação do DCE para o ano seguinte. Nas duas eleições subsequentes, a chapa Pra fazer diferente saiu vencedora — com uma maioria independente e militantes da Articulação de Esquerda e do PDT.