Título: Grécia sob pressão
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Fonte: Correio Braziliense, 16/11/2011, Economia, p. 10

Atenas — Todos os partidos políticos da Grécia terão de fornecer aos parceiros europeus, por escrito, uma confirmação de que o país está comprometido em fazer reformas para reduzir sua dívida, não importando quem vença as próximas eleições, avisou ontem o porta-voz da União Europeia (UE), Amadeu Altafaj. O alerta resume o elevado grau de desconfiança em relação às autoridades gregas, que esperam receber até dezembro nova parcela de 8 bilhões de euros do socorro financeiro da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar a falência. Os ministros das Finanças da Zona do Euro querem as cartas de compromisso até o próximo mês para confirmar o segundo programa de resgate, de 130 bilhões de euros. Evangelos Venizelos, ministro das Finanças grego, disse ontem que fará tudo para evitar um calote da dívida soberana. "O governo tem um mandato específico para completar a implementação da decisão da UE em 26 de outubro", disse. O rascunho do orçamento de 2012 será levado à votação no parlamento na sexta-feira, com propostas de mudanças tributárias. Em paralelo, a Grécia e os donos privados de seus bônus iniciam amanhã negociações para cortar a dívida pública pela metade. O novo primeiro-ministro, Lucas Papademos, irá encontrar autoridades da UE na segunda-feira, em Bruxelas. A formação do também pressionado novo governo italiano ganhou força ontem, ao receber o apoio do principal partido do país, o centro-direitista PDL, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Com isso, o futuro líder do país, Mario Monti, deverá anunciar hoje o novo gabinete, formado por tecnocratas, para enfrentar a crise que levou a Itália à beira do desastre econômico e pôs em risco toda a Zona do Euro.