Valor econômico, v. 17, n. 4083, 02/09/2016. Política, p. A8
Por: Bruno Peres
Presidente da República em exercício, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) recebeu ontem um grupo de aliados e apoiadores no Palácio do Planalto, onde passou a manter audiências e realizar despachos em função da viagem à China do presidente Michel Temer até a próxima semana. As principais lideranças do DEM no Congresso também estiveram com o deputado em visita de cortesia. Maia recebeu cumprimentos também por telefone ao longo do dia.
O presidente da Câmara tem dito que pretende exercer interinamente a Presidência com discrição. "Tudo simples e tranquilo", disse Maia ao Valor ao comentar o primeiro dia no cargo.
O deputado recebeu o ex-advogado-geral da União Luís Inácio Adams e palestrantes estrangeiros do 1º Seminário Internacional de Relações Governamentais e Compliance, promovido em Brasília pelo Instituto de Estudos em Relações Governamentais e Políticas Públicas (IERPP) em parceria com a George Washington University.
A Câmara dos Deputados, da qual Maia é presidente, debate a regulamentação da atividade de lobby no país. Maia deixou o Palácio do Planalto na hora do almoço e seguiu para a residência oficial da Câmara.
No começo da noite, Maia acompanhou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a cerimônia de posse dos ministros Laurita Vaz e Humberto Martins nos cargos de presidente e vice-presidente do STJ. Evitou entrevistas e, seguindo protocolo, não discursou.
A agenda do presidente interino previa um encontro com a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que no dia 12 assume o comando da Corte em substituição ao ministro Ricardo Lewandowski, mas a reunião não ocorreu
Na noite de quarta-feira, poucas horas após a posse de Temer, Maia o acompanhou até a Base Aérea para cerimônia simbólica de transmissão de cargo. Na ocasião, enfatizou a intenção de manter discrição até a próxima terça-feira. "O nosso papel é apenas ocupar a Presidência por esses dias e que a rotina seja mantida. Apenas isso", disse após o ato.
Maia classificou a data em que Temer foi efetivado presidente como "fundamental e histórico", com o fim do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Nós temos agora um presidente que não é mais interino e que vai ter muito mais condições de comandar o Brasil".