Liberado pela PF, Mantega volta para o hospital
Valmar Hupsel Filho
23/09/2016
NO ALVO, O EX-CHEFE DA ECONOMIA - Ex-ministro acompanhava a mulher, que iria se submeter a uma cirurgia, quando recebeu telefonema de policiais federais que lhe informaram sobre prisão.
Após ficar cerca de sete horas sob custódia da Polícia Federal, ontem, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, alvo da 34.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Arquivo X, retornou ao Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, para acompanhar a recuperação da mulher, que passou por uma delicada cirurgia no cérebro.
Ele deixou o hospital pouco depois das 7 horas e retornou ao local por volta das 14 horas.
O ex-ministro entrou por uma porta lateral sem falar com a imprensa.
Até as 19 horas de ontem a expectativa era que ele iria passar a noite no hospital.
No fim da tarde, a página da revista Brasileiros no Facebook publicou um vídeo do ex-ministro em que ele dizia já estar de volta ao hospital para poder cuidar da mulher. “E quero aproveitar para agradecer a todos que foram solidários neste momento difícil”, afirmou.
Mantega estava ao lado da mulher quando recebeu o telefonema dos policiais federais que lhe informaram sobre sua ordem de prisão temporária.
Pré-anestesiada, ela estava no corredor sendo conduzida na maca para o centro cirúrgico, segundo o advogado José Roberto Batochio, que defende o exministro.
A equipe que foi cumprir o mandado havia ido inicialmente ao apartamento de Mantega, na Vila Madalena, na zona oeste, onde foi informada que ele estava no hospital. Os policiais ligaram para ele quando estavam a caminho.
Ao receber a notícia, Mantega ligou imediatamente para Batochio.
Segundo o defensor, o ex-ministro lamentou o fato de sua mulher, naquelas condições, ter ouvido a conversa com os policiais. O ex-ministro foi orientado a se apresentar aos agentes na porta de entrada do hospital para evitar que sua mulher testemunhasse a cena. De acordo com um funcionário que pediu para não ser identificado, o ex-ministro saiu sozinho, cumprimentou os policiais e entrou em uma das viaturas pretas da Polícia Federal.
‘Consternado’. Batochio disse que Mantega ficou “profundamente consternado” por não poder acompanhar a mulher até o centro cirúrgico. O advogado considerou a prisão um ato “arbitrário, autoritário, desnecessário e desumano”.
Solidariedade
“Estou de volta ao hospital, onde posso cuidar da minha mulher e quero aproveitar para agradecer a todos que foram solidários neste momento difícil.”
Guido Mantega
EX-MINISTRO DA FAZENDA, EM VÍDEO GRAVADO APÓS ELE VOLTAR AO HOSPITAL ONDE SUA MULHER PASSOU POR CIRURGIA.