Título: Mercados desabam
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Fonte: Correio Braziliense, 02/11/2011, Economia, p. 10

A iniciativa do primeiro ministro da Grécia, George Papandreou, de entregar ao povo a decisão de continuar ou não aplicando as medidas de austeridade acordadas com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) soou como um contragolpe aos investidores e fez os mercados mergulharem em uma nova rodada de insegurança. Sem exceção, as bolsas encerraram a terça-feira com perdas, em função do temor de que um possível "não" dos gregos leve ao calote da dívida do país.

A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) iniciou o mês com um amargo recuo de 1,74%, aos 57.322 pontos, dissipando o bom humor cultivado desde o fim da semana passada. Na ocasião, representantes da União Europeia haviam dado indícios de que o bloco caminhava para uma solução acordada da crise. A cotação do dólar, em contrapartida, saltou 2,05% ao preço de R$ 1,737, reflexo da busca dos investidores por ativos mais seguros.

Desconfiança Já os pregões europeus despencaram logo na abertura, surpreendidos pelo anúncio na Grécia. A deterioração da bolsa de Atenas ultrapassou rapidamente os 6,31%, chegando aos 6,92% no fim do dia. O índice que reúne os principais mercados da região caiu 3,44%, puxado também por Frankfurt (5,00%), Paris (5,38%), Milão (6,80%) e Madri (4,19%). Em relação ao dólar, o euro chegou a sua cotação mínima, de US$ 1,364, evidenciando a desconfiança dos investidores.

As bolsas norte-americanas também cederam e encerraram o dia no vermelho. O índice Dow Jones caiu 2,48% e o pregão eletrônico Nasdaq recuou 2,89%. Nos Estados Unidos, as ações do setor bancário foram as mais prejudicadas, com deterioração de até 7,66%, caso do Citigroup. Os contratos futuros de petróleo também sofreram com a insegurança dos investidores. O barril negociado em Nova York recuou um dólar para US$ 92,19 no pregão de ontem.