Maia diz para ministro falar pouco e trabalhar mais

Ricardo Leopoldo e Francisco Carlos de Assis

22/09/2016

 

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupa a presidência da República enquanto Michel Temer está em viagem a Nova York, ‘deu um pito público’ no ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, por ter se manifestado de forma indevida “por duas vezes” sobre a reforma trabalhista.

Em palestra no evento promovido pelo Movimento Brasil Competitivo, Maia destacou que, quando estava se dirigindo ao local do encontro, viu na internet que Nogueira declarou que a reforma trabalhista deverá ficar para o segundo semestre de 2017.

“Hoje (ontem) o ministro do Trabalho disse que a reforma trabalhista vai ficar para o segundo semestre de 2017. Não deveria ter tratado da reforma trabalhista, porque foram duas notícias ruins: a forma como ele comunicou antes e o anúncio hoje de que deixou tudo para o segundo semestre do ano que vem. Às vezes, é melhor falar pouco e produzir mais”, disse o deputado.

Votação. Maia disse que foi eleito presidente da Câmara para um mandato de sete meses, mas acredita que algumas votações na Câmara neste período serão decisivas para os próximos anos.

Segundo ele, até o final do próximo mês, a PEC 241, que trata do limite de gastos públicos baseado na inflação do ano anterior, estará aprovada pela Câmara. “Estamos com a PEC de gastos pronta para votar na Comissão Especial. Esperamos ter a PEC encerrada no final de outubro na Câmara”, afirmou.

De acordo com o presidente da Câmara, a aprovação da proposta de emenda à Constituição no período previsto por ele é importante para dar um prazo de tempo razoável para a apreciação e votação no Senado ainda neste ano.

Maia solicitou aos presentes ao evento que conversem com parlamentares a fim de expor a importância da PEC do Teto.

“Vim aqui para pedir apoio para influenciar a consciência dos deputados”, disse.

O presidente em exercício disse ainda ter expectativa de que a Câmara dos Deputados aprecie a proposta de reforma da Previdência Social do governo até o final do ano e apontou que, se houver possibilidade, poderia colocar em plenário naquela Casa para votação antes da virada do ano.