Título: Ex-gestor nega danos
Autor: Tahan, Lilian
Fonte: Correio Braziliense, 02/11/2011, Cidades, p. 21

Atual chefe da Unidade de Administração Geral (UAG) da Secretaria de Justiça e Cidadania do GDF, o ex-presidente da Fundação Câmara Legislativa Arlécio Gazal nega que tenha cometido irregularidades à frente da Funcal. Ele alega que deixou o cargo em agosto, embora sua exoneração tenha saído oficialmente só em dezembro de 2009 e, por isso, não teria como fazer a prestação de contas. "Eu não estava lá. Quem tem de responder são os que tocaram o órgão até o fim", disse Arlécio.

Ele diz que o dinheiro aplicado na Funcal foi basicamente para o pagamento dos salários dos servidores do órgão. "Não tem prejuízo nenhum. O dinheiro só pagou os salários dos funcionários indicados pelos deputados", disse Arlécio. Hoje empregado no Executivo, Arlécio trabalhou na Câmara em todas as legislaturas. Era tratado na Casa com a deferência de um distrital, embora nunca tivesse disputado uma eleição. Seu poder de influência era tanta que, mesmo depois de ser exonerado do último cargo que ocupou, Arlécio continuava com livre acesso na Casa, ocupando a sala e mesa que usava quando era formalmente funcionário.

Além de Arlécio e de outros dirigentes que compunham o conselho diretor da Funcal, o relatório sobre a Tomada de Contas da Casa também cobrou explicações dos integrantes da Mesa Diretora entre janeiro e junho de 2010, período em que a Funcal já estava desativada, mas não havia sido liquidada do ponto de vista oficial, com a devida prestação de contas, como manda a lei. Entre os deputados chamados à responsabilidade está o hoje presidente da Casa, Patrício. Ele era vice-presidente da Câmara no período. Por meio de sua assessoria de imprensa, ele afirmou que "a prestação de contas extemporânea foi feita dentro do prazo estabelecido pelo TCDF, até 9 de outubro, o que cessou a responsabilidade da Mesa Diretora nesse episódio". (LT)