Doria se isola; disputa pelo 2° lugar fica mais acirrada
José Roberto de Toledo e Daniel Bramatti
29/09/2016
Ibope. Conforme pesquisa, tucano mantém liderança, agora seis pontos porcentuais à frente de Russomanno, que continua em tendência de queda; Marta e Haddad oscilam positivamente.
Nova pesquisa Ibope/Estado/ TV Globo mostra que Celso Russomanno (PRB) segue em tendência de queda. Ex-líder da corrida pela Prefeitura de São Paulo, ele já perdeu 11 pontos desde agosto – dois deles entre segunda-feira e ontem: tem agora 22% das intenções de voto, em segundo lugar.
João Doria (PSDB) está na liderança isolada, mas permanece com 28%.
Na disputa pela terceira colocação, Marta Suplicy (PMDB) parou de cair: oscilou de 15% para 16%. O prefeito Fernando Haddad (PT) segue com leve tendência de alta. Foi de 9% para 12% no começo na semana e chegou agora a 13%.
A pesquisa anterior do Ibope foi divulgada na segunda-feira.
Desde então, Luiza Erundina (PSOL) oscilou de 5% para 6%. Major Olímpio (SD), João Bico (PSDC), Levy Fidélix (PRTB) e Ricardo Young (Rede) têm 1% cada. Henrique Áreas (PCO) e Altino (PSTU) não pontuaram.
A propaganda na TV e no rádio fez Doria ganhar 19 pontos e chegar ao patamar histórico dos tucanos em São Paulo em um mês. Mesmo se tornando muito mais conhecido, sua rejeição cresceu muito pouco, de 12% para 17%. Essa combinação faz com que ele seja percebido pela maior parte do eleitorado como favorito: 33% acham que ele será o próximo prefeito paulistano, ante 25% que ainda apostam em Russomanno, 16% em Marta e 11% em Haddad.
Não há sinais, no entanto, de que o candidato a prefeito do PSDB crescerá o suficiente para ser eleito já no primeiro turno.
Ele segue com apenas 32% dos votos válidos (precisaria de 50% mais um voto). Contra ele também há a tradição: desde que passou a haver dois turnos em São Paulo, em 1992, nunca alguém ganhou na primeira votação.
Foram seis disputas de segundo turno seguidas.
A principal briga, portanto, é para ver contra quem Doria vai para o segundo turno. Embora Russomanno ainda esteja sozinho em segundo lugar, com 6 pontos porcentuais a mais que Marta (tende a zero a chance de ambos estarem no limite de suas respectivas margens de erro), sua tendência de queda constante desde agosto sugere que ele pode repetir a trajetória das eleições de 2012, quando também foi líder isolado e acabou em terceiro lugar.
Empate na periferia. A questão é se ele cairá rápido o suficiente para ficar de fora – e, se isso ocorrer, quem ocupará sua posição. Marta e Haddad disputam cada eleitor que desiste de votar em Russomanno. Nas periferias pobres da cidade, que sempre votaram majoritariamente em candidatos do PT, há agora empate triplo: Russomanno tem 25%, Marta tem 23% e Doria tem 22% (o esperado para um tucano). É onde Russomanno está caindo e onde Marta consegue se segurar.
Haddad não decola porque só tem 11% nessa zona petista. Ironicamente, vai melhor na área antipetista, onde chegou a 14%.
Para ter chance de ir ao segundo turno, o prefeito precisa, obrigatoriamente, crescer na periferia. Deu um primeiro passo ao ver sua rejeição cair na zona petista de 44% para 38%. Isso fez com que a taxa dos que não votariam nele de jeito nenhum no conjunto da cidade diminuísse de 47% para 41%.
Como ocorre com a maioria dos prefeitos das cidades onde há horário eleitoral próprio e o chefe do Executivo disputa a reeleição, a avaliação de Haddad melhora à medida que sua rejeição cai. Embora ainda baixa, a aprovação do prefeito cresceu de 19% para 27% desde a primeira pesquisa Ibope/Estado/ TV Globo. Seu saldo de popularidade (taxa de ótimo/bom menos a taxa de ruim/péssimo) ainda está negativo em 27 pontos, mas era de -44 há um mês.
Para tirar os 9 pontos que o separam de Russomanno na segunda colocação, porém, Haddad precisaria melhorar sua intenção de voto entre os que aprovam seu governo (só converte em voto 43% deles) e entre quem declara simpatia pelo PT. Só 43% dos petistas dizem que pretendem votar no candidato de seu partido.
Em São Paulo, a aprovação ao governo Haddad é maior que a do presidente Michel Temer.
Para 18%, o prefeito faz uma gestão ótima ou boa; para 45%, ruim ou péssima. No caso do presidente peemedebista, as taxas são 12% e 42%, respectivamente.
Já a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é considerada boa ou ótima por 21% e ruim ou péssima por 35%.
A pesquisa Ibope foi realizada entre dias 25 e 28 de setembro, com 1.204 entrevistas. Está registrada no TRE com o protocolo SP-03836/2016. Foi contratada por Globo Comunicação e Participações S/A e S/A O Estado de S. Paulo.
DISPUTA
Em quem votaria se a eleição para prefeito de São Paulo fosse hoje?
Doria (PSDB) - 28%
Russomanno (PRB) - 22%
Marta (PMDB) - 16%
Haddad (PT) - 13%
Erundina (PSOL) - 5%
BRANCO E NULO - 9%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU - 3%
Em quem não votaria de jeito nenhum?
REJEIÇÃO, EM PORCENTAGEM
HADDAD (PT) – 41%
MARTA (PMDB) – 29%
LEVY FIDELIX (PRTB) – 26%
ERUNDINA (PSOL) – 25%
RUSSOMANNO (PRB)- 24%
JOÃO BICO (PSDC) – 18%
MAJOR OLIMPIO (SD) – 17%
DORIA (PSDB) - 17
ALTINO (PSTU) - 17
HENRIQUE ÁREAS (PCO) - 14
RICARDO YOUNG (REDE) - 13
Estimulada 2º turno
Cenário 1 ( DORIA (PSDB) / RUSSOMANNO (PRB))
DORIA (PSDB) - 41%
RUSSOMANNO (PRB)- 36%
Cenário 2 (DORIA (PSDB) MARTA (PMDB)
DORIA (PSDB) - 44%
MARTA (PMDB) – 36%
Cenário 3 (DORIA (PSDB) HADDAD (PT))
DORIA (PSDB) - 52%
HADDAD (PT) - 27%.