‘Russomanno e Doria são pesadelo para a esquerda’

Elizabeth Lopes, Daniel Weterman e Tonia Machado

29/09/2016 

 

 

Em entrevista à ‘TV Estadão’, Matarazzo, ex-tucano e vice na chapa de Marta, critica ataques do PT e diz que prefeito ‘jamais é cargo de início de carreira.

O vereador Andrea Matarazzo (PSD), candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Marta Suplicy (PMDB), disse ontem que um segundo turno entre os candidatos João Doria (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) seria um “pesadelo para o eleitor de esquerda”.

“O pessoal tem medo do pesadelo”, afirmou Matarazzo, que participou da série de entrevistas à TV Estadão e à Rádio Estadão com candidatos a vice-prefeito.

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo de intenções de voto divulgada ontem mostra os candidatos em primeiro e segundo lugares, com 28% e 22%, respectivamente, seguidos de Marta, em terceiro, com 16%.

Para Matarazzo, a queda de Marta nas pesquisas é resultado dos ataques que a campanha vem sofrendo. “O PT (do prefeito Fernando Haddad) despendeu um terço de tempo atacando a Marta”, disse Matarazzo.

O candidato afirmou não considerar que a vinculação de Marta ao governo do presidente Michel Temer e às medidas impopulares tenha gerado reflexos negativos na campanha. “O eleitor está olhando mais São Paulo, apesar de estar desiludido com a política.” E reiterou que é preciso ficar atento a quem se vende como “o novo”, em uma referência a Doria, que o derrotou nas prévias de seu antigo partido, o PSDB.

Sem citar especificamente o tucano, Matarazzo criticou alguém que “quer começar a carreira pública como prefeito”.

“Não dá para ninguém vir e aprender gestão pública no cargo.

O cargo de prefeito é cargo de consagração de uma carreira pública, jamais o cargo de início de uma carreira pública.”

Passado. Ao dizer que não se arrepende de ter se desligado do PSDB para disputar as eleições, Matarazzo disse que mantém os mesmos ideais de sua história política e criticou sua antiga legenda por ter escolhido Doria.

Matarazzo disse ainda que já foi adversário político de Marta, mas isso não invalida a coligação dos dois, alegando que as pessoas evoluem e amadurecem.