Correio braziliense, n. 19431, 07/08/2016. Política, p. 4

Odebrecht cita Temer

Em delação, executivo de empreiteira afirma ter dado R$ 10 milhões para o PMDB

 

O empresário Marcelo Bahia Odebrecht afirmou, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que repassou R$ 10 milhões em dinheiro ao PMDB, em 2014, a pedido do presidente em exercício Michel Temer. A informação é da revista Veja que chegou às bancas ontem.  À publicação, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou que Temer e o empresário se encontraram há dois anos, mas afirmou que todo o dinheiro repassado pela empreiteira está de acordo com a legislação eleitoral.Em um dos anexos da delação premiada que Marcelo negocia com a Lava Jato, é relatado um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, em maio de 2014. Durante o encontro, do qual também participou o então deputado Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil, Temer teria pedido ao empreiteiro “apoio financeiro” para o PMDB, que presidia à época.

Ainda de acordo com a revista, Marcelo disse que repassou R$ 10 milhões em dinheiro vivo. Padilha teria recebido R$ 4 milhões e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, teria recebido outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido contabilizados no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, também conhecido como o “Departamento da Propina” da empreiteira.

O Palácio do Planalto informou que Temer e Marcelo, de fato, jantaram no Palácio do Jaburu em maio de 2014 para falar sobre “auxílio financeiro da construtora a campanhas eleitorais do PMDB, em absoluto acordo com a legislação eleitoral em vigor e conforme foi depois declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.

Padilha lembrou que  “Marcelo Odebrecht ficou de analisar a possibilidade de aportar contribuições de campanha para a conta do PMDB, então presidido pelo presidente Michel Temer”. Mas, como não foi candidato, não pediu nem recebeu ajuda financeira de quem quer que seja para sua eleição”.  Skaf, também em resposta à Veja, negou ter recebido recursos de Marcelo, e sim da Braskem, empresa controlada pela Odebrecht.

 

Feliciano defende-se em vídeo

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) usou as redes sociais ontem para se defender das acusações de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão feitas por uma estudante universitária, ex-militante do PSC Jovem. Em vídeo publicado no início da tarde de sábado, em sua página no Facebook, Feliciano diz ser alvo de ataques à sua moral, promete apresentar provas de sua inocência e defende que a jovem seja responsabilizada por falsa comunicação de crime.