Título: Críticas ao ministro
Autor: Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 03/11/2011, Política, p. 9

Enquanto alunos inconformados organizam protestos contra mais uma edição do Enem, Fernando Haddad vai prolongar a briga do Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) com o Ministério Público Federal do Ceará. O ministro pretende entregar pessoalmente o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) contra a decisão da Justiça Federal do Ceará de anular 13 questões do Enem, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife. O MEC e o Inep defendem a reaplicação do exame somente para os 639 alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, que tiveram acesso a apostilas com as questões anuladas.

Roubo das provas Para os estudantes ouvidos pelo Correio, o grande vilão dessa história é Fernando Haddad, que desde 2009 acumula fraudes na gestão do Enem. Em 2009, o MEC reformulou o exame para que ele fosse usado como o principal acesso às universidades federais. Naquele ano, houve o roubo das provas na gráfica. Já a edição de 2010 foi marcada por erros de impressão e vazamento de informações. Segundo alguns organizadores do Vexame Nacional do Ensino Médio, o ministro tem se ausentado da culpa.

O carioca Raphael Noronha substituiu a sua foto no Facebook por uma imagem pedindo a saída de Haddad. "Ele está tentando jogar a culpa nos outros, mas se é o subordinado que comete o delito, seus superiores também precisam ser responsabilizados", pondera.

Paulo Silas, que é eleitor em São Paulo, reforça o coro contra Haddad e garante que jamais votaria no ministro, pré-candidato a prefeito da cidade pelo PT. "Se ele fosse sensato, não se candidataria nem a síndico de prédio", ironiza o jovem de 17 anos. (PF)