Título: Arrocho maior na Itália
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 03/11/2011, Economia, p. 15

Roma — Depois de muita pressão e sob o risco de seguir o mesmo caminho da Grécia, que decretou um calote de 50% na sua dívida, o governo italiano aprovou ontem novas medidas para tentar estancar a crise na qual o país está mergulhado. A decisão de reagir para evitar o pior foi tomada durante reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada antes do encontro de cúpula do G-20, que começa hoje e termina amanhã. O primeiro-ministro Silvio Berluconi decidiu se antecipar às cobranças que lhe serão feitas pelos chefes de Estado que integram o grupo das 20 maiores economias do planeta.

O detalhamento do pacote italiano, que já inclui aumento de impostos e redução de aposentadorias e de salários de servidores públicos, será feito na tarde desta quinta-feira. A Itália está convencida de que precisa reativar o seu crescimento econômico, estimular a criação de empregos e, sobretudo, derrubar a sua colossal dívida, que representa 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Esse, segundo os analistas, é o único caminho a ser seguido pelos italianos para não serem engolfados de vez pela crise que atormenta o mundo.

"Durante uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o governo italiano aprovou uma emenda que adota algumas das medidas apresentadas à União Europeia na semana passada", disse um integrante da assessoria da Berlusconi. Segundo ele, chegou "a hora da verdade para a Itália", cuja economia está estagnada há mais de uma década. Por causa das desconfianças do país de honrar sua dívida, o governo está pagando juros cada vez maiores para financiar seus débitos.