Valor econômico, v. 17, n. 4099, 27/09/2016. Agronegócios, p. B12

Missão à Ásia poderá render até US$ 2 bi em aportes e embarques

Blairo Maggi, que sugeriu que o presidente Temer faça mais incursões pelo mundo

Por: Cristiano Zaia

 

De volta da Ásia, onde esteve por 25 dias em missão comercial, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, estimou ontem que as conversações para a atração de novos investimentos ao país e para a abertura de mercados para os produtos agropecuários brasileiros em sete países do continente têm potencial para atingir de U$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões ao ano.

Apenas as negociações de acordos comerciais em curso para abertura de mercado dos sete países deverão render entre US$ 500 milhões e US$ 900 milhões em exportações ao ano para o agronegócio brasileiro. A expectativa do ministério é que o grosso dos embarques comece em 2017. Mas as vendas dependem de conversas entre os governos.

A missão do governo brasileiro esteve na China, Coreia do Sul, Malásia, Vietnã, Tailândia, Myanmar e Índia. De acordo com o ministro, essas projeções de exportações também levam em conta resultados de negociações paralelas de cerca de 40 empresários de segmentos como grãos, carnes, lácteos, etanol, madeira e pescados. Esses empresários se encontraram com potenciais clientes em paralelo às articulações do governo em torno dos acordos comerciais.

Blairo fez questão de reafirmar a meta do ministério de ampliar de 7% para 10% a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos até 2020. "Tenho defendido junto ao presidente Michel Temer que ele próprio faça algumas incursões pelo mundo, porque em muitas dessas missões aceleramos negociações para o comércio bilateral", afirmou.

A lista das possíveis novas oportunidades para o agronegócio brasileiro inclui a abertura da Índia à carne suína; a venda de carne bovina e farinha de ração animal para a Tailândia; de carnes bovina, de frango e suína e lácteos para o Vietnã; de material genético de bovinos e aves e de farinha para ração animal para a Malásia; e de carne suína de Santa Catarina para a Coreia do Sul.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, Odilson Ribeiro, as negociações mais promissoras envolvem o Vietnã e a Coreia do Sul. Já está concluído, por exemplo, o certificado sanitário que autoriza as exportações de lácteos para os vietnamitas.

Blairo também comemorou novamente o investimento de R$ 1 bilhão da indiana UPL na construção de uma nova fábrica no Brasil, que será a primeira a produzir ingredientes ativos para agroquímicos (ver Brasil ganha força na estratégia da UPL).

Mas nem todas as investidas do governo brasileiro corresponderam às expectativas: não avançaram as conversas para a China habilitar mais plantas frigoríficas de carnes de frango e suína.