Título: Emprego é prioridade
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 05/11/2011, Economia, p. 10

Cannes (França) — Os líderes do G-20 reforçaram as preocupações com os impactos sociais da crise econômica mundial que se arrasta desde 2008, priorizando a criação de empregos, sobretudo para os jovens, e programas de transferência e geração de renda. Para alcançar esse objetivo, eles admitem até abdicar temporariamente do controle da inflação. "As políticas monetárias irão manter a estabilidade de preços a médio prazo e continuar a apoiar a recuperação econômica", ressalta o comunicado final da reunião encerrada ontem em Cannes, na França.

A justificativa para esse relaxamento está no fato de haver países "onde as finanças públicas continuam fortes". Os líderes se comprometem ainda a "tomar medidas para apoiar a demanda doméstica se as condições econômicas piorarem substancialmente". Da mesma forma, economias com grandes superavits em conta corrente prometem reformas para aumentar a demanda interna, "conjugadas com uma maior flexibilidade cambial".

"Todos nós nos comprometemos com novas reformas estruturais para aumentar a produção nos nossos países", assinala o texto. Além disso, foi firmado o compromisso de não perder de vista o equilíbrio fiscal e o acordo da União Europeia de 26 de outubro para resgatar a Grécia e construir barreiras para evitar o contágio de outros países. Nesse sentido, o grupo elogiou a Itália por pedir monitoramento trimestral de suas contas ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na tônica que dominou o encontro, os líderes aplaudiram a determinação da Zona do Euro de usar "todos seus recursos e capacidade institucional para restaurar a confiança e a estabilidade financeira" e "assegurar o bom funcionamento dos mercados". Uma das principais cobranças dos emergentes, porém, continua no papel: "Vamos implementar rapidamente a reforma de 2010 das quotas e da governança do FMI", diz o comunicado. (SR)