Ministério será recriado

 
12/08/2016
Naira Trindade

 

O presidente em exercício, Michel Temer, resolveu recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado, ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que a pasta voltará a ter um titular a partir de setembro, quando Dilma Rousseff deve ser definitivamente afastada do Palácio do Planalto.

O mais cotado a assumir a cadeira é o deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG). Ex-presidente da Emater em Minas Gerais, o parlamentar tem experiência na área e a indicação dele também atende aos anseios do partido de Paulinho da Força, grande aliado do governo Temer e um dos articuladores de votos no processo de impeachment de Dilma. Nos bastidores, a informação era de que Paulinho andava insatisfeito por ainda não ter sido contemplado com cargos em ministérios na gestão peemedebista.

Padilha justificou a retomada da pasta pela necessidade de ter alguém dedicado a pensar exclusivamente nos temas agrários, já que atualmente o órgão estava vinculado à Casa Civil. “Tenho tantas ocupações, que o tempo para cuidar da Secretaria de Desenvolvimento Agrário não é o que seria indispensável”, justificou. “Daí porque o presidente disse: então pronto, seja vencida a interinidade, que se tenham os estudos para a reimplantação do ministério do Desenvolvimento Agrário.”

 

Cultura

“Não é mudança de posição, vamos otimizar, não vamos ter nenhum funcionário novo. Não haverá nenhum centavo a mais de custo da recriação da pasta”, alegou, ao justificar que não vê problemas em relação a possíveis críticas pela nova mudança de posição do governo. Assim que for recriado, o Desenvolvimento Agrário será o segundo ministério a voltar ao status. Em 21 de maio, após pressão da classe artística, Temer retornou com o Ministério da Cultura, antes vinculado à Educação.

O anúncio, à época, foi publicado numa rede social pelo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), que confirmou o então secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, para ficar à frente da pasta. “A decisão de recriar o Minc é um gesto do presidente Temer no sentido de serenar os ânimos e focar no objetivo maior: a cultura brasileira. Com Marcelo Calero, vamos trabalhar em parceria para potencializar os projetos e ações entre os ministérios da Educação e da Cultura”.

 

Correio braziliense, n. 19436, 12/08/2016. Política, p. 3