Título: Acordo fracassa
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 10/11/2011, Economia, p. 16

O entendimento político para a formação de um governo de unidade nacional na Grécia desmoronou ontem, horas depois de o primeiro-ministro, George Papandreou, dizer que estava entregando seu cargo a uma coalizão que, na prática, ainda não existe. Em um dia caótico, Papandreou desejou boa sorte a seu sucessor e foi ao encontro do presidente grego, Karolos Papoulias, apenas para descobrir que, por causa das desavenças nos partidos, não havia ninguém para quem passar a administração.

Mais cedo, os membros dos partidos socialista e conservador haviam escolhido o presidente do parlamento, o veterano socialista Filippos Petsalnikos, a menos que surgissem imprevistos de última hora. Mas eles vieram, com grandes seções do partido Pasok, de Papandreou, e da legenda Nova Democracia conservadora recusando-se a apoiar Petsalnikos após uma busca de três dias por alguém para liderar a coalizão até as eleições no início de fevereiro.

Unidade Gregos e credores internacionais do país assistiram com horror crescente por três dias a como líderes partidários divergiram sobre uma lista cada vez menor de candidatos confiáveis para liderar a unidade nacional, depois que o governo de Papandreou implodiu. A Grécia vai ficar sem dinheiro em dezembro, a menos que o próximo governo concorde com os financiamentos de emergência da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos credores privados, além do pacote de socorro de 130 bilhões de euros. O ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos, voltou a ser cotado como o nome a ser escolhido num novo acerto.