Valor econômico, v. 17, n. 4110, 13/10/2016. Brasil, p. A5
O presidente Michel Temer almoçou ontem com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir medidas para diminuição da dívida pública e recuperação da economia. O peemedebista fez o convite ao tucano por telefone na terça-feira, quando falaram sobre a necessidade de uma mobilização também no Senado Federal para a aprovação da proposta de teto de gastos públicos, a PEC 241.
No almoço, no Palácio do Jaburu, FHC elogiou a aprovação em primeiro turno da PEC 241 na Câmara dos Deputados e disse que o mercado financeiro reagiu bem à proposta. Segundo relatos, ele disse acreditar que o PSDB se empenhará também no SenadoFederal para aprovar a proposta. Na Câmara dos Deputados, o partido votou em peso a favor da medida.
Há pelo menos uma semana o peemedebista e o tucano tentavam marcar um encontro para discutir a situação do país. Com viagem para a Índia marcada para amanhã, Temer decidiu realizá-lo antes do embarque.
Na Ásia, Temer terá vários encontros com líderes e empresários da região e participará da 8ª Cúpula do Brics (bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Goa, na Índia. Em seguida, o presidente terá compromissos com o governo indiano, além de uma viagem ao Japão.
Após a Cúpula do Brics, Temer "reforçará laços" com a Índia em encontro com integrantes do governo e empresários do país.
No Japão, Temer será recebido pelo primeiro-ministro Shinzo Abe. Será a primeira visita ao país de um chefe de Estado brasileiro em 11 anos. O presidente voltará ao Brasil no dia 20 de outubro.
Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Temer vai tratar da reforma da Previdência depois de voltar da viagem à Ásia. O presidente pretende conversar com o Congresso, sindicatos e sociedade civil sobre o tema para "discutir o mais amplamente possível" a questão, de acordo com Parola.
"O governo do presidente Michel Temer busca a equidade e a justiça do sistema previdenciário. Todos devem ser tratados de forma igual e sem privilégios. À luz desse princípio geral de equidade, um detalhamento será feito quando a proposta estiver fechada e amplamente discutida com a sociedade brasileira", afirmou o porta-voz da Presidência.