Título: FMI quer regra clara
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Fonte: Correio Braziliense, 09/11/2011, Economia, p. 10

A indefinição da União Europeia levou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, a cobrar dos líderes da região regras mais claras em relação ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef). A falta de detalhes de como o mecanismo vai atuar no resgate de países em crise é tida como o maior entrave à participação de países com grandes reservas de recursos, como os emergentes China, Brasil e Rússia.

Apesar dos dirigentes da Zona do Euro terem concordado, no fim do mês passado, em elevar o Feef de 440 bilhões de euros para até 1 trilhão de euros (quantia considerada suficiente para socorrer economias como a da Itália e da Espanha), as normas de funcionamento não foram esclarecidas. "As diretrizes e as funções operacionais do fundo ainda não estão suficientemente claras para muitos investidores fazerem sua determinação e decidir investir", afirmou Lagarde após visita de dois dias a Moscou.

Aporte Os governos chinês e brasileiro já ressaltaram a intenção de colocar suas reservas à disposição para ajudar os países europeus em dificuldade, mas pretendem fazer isso via FMI — organismo no qual, paralelamente, também almejam ampliar suas participações. A presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar, durante encontro do G-20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, que "não tem a menor intenção de capitalizar o fundo europeu. Nem eles (governos da Europa) têm".

Ao comentar a situação das problemáticas economias europeias, especialmente a Grécia, Lagarde pediu a formação rápida de um governo de união nacional, após a saída do primeiro-ministro grego, George Papandreou.