Título: É uma armação, diz Agnelo
Autor: Tahan, Lilian; Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 09/11/2011, Cidades, p. 21

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, classificou como "armação" as denúncias que vêm sendo feitas contra ele nos últimos dias. A defesa da própria honra foi feita no início da tarde de ontem, no Palácio do Planalto, logo após uma solenidade em que a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançaram programas ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) — Melhor em Casa e SOS Emergências. Participaram do evento governadores, prefeitos e deputados distritais, estaduais e federais.

Agnelo foi um dos primeiros chefes de Executivo a entrar no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Sentou-se entre os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do Rio Grande do Norte, Rosalva Ciarlini (DEM). Logo após a solenidade, o governador do DF falou rapidamente com a imprensa. "O que está acontecendo é uma armação. Estou sendo denunciado por um grupo, uma organização criminosa, que governou Brasília e continua montando dossiês, pagando testemunhas. É isso que está acontecendo aqui. Não tem absolutamente nada a não ser uma armação criminosa. Isso eu tenho certeza que na Justiça nós iremos desmascarar", declarou Agnelo.

Para o governador, o principal objetivo é "desestabilizar o GDF". "Essas pessoas utilizam os seus apoiadores na Câmara Legislativa e no submundo, que não aparece, para continuar a mesma prática e chamar a atenção da imprensa e a responsabilidade para coisas montadas. É isso que eu quero que vocês observem bem. Porque a mentira, a falsidade e esse tipo de desonestidade não prevalecem, não têm condição de prevalecer. Isso seria uma violência contra o Estado de Direito", destacou.

Militante Ele confirmou que conhece o lobista Daniel Tavares há 20 anos, de quem era amigo. Agnelo também afirmou que o homem foi militante do PCdoB, partido ao qual era filiado antes de migrar para o PT. A denúncia revela que a suposta propina teria sido paga a Agnelo, então diretor da Anvisa, por meio de um depósito bancário. "É depósito de conta corrente para conta corrente. Não tem absolutamente nada. Esse esclarecimento está feito. Não se pode dar crédito pra gente do tipo que fez essa denúncia", desabafou o governador, ressaltando que não tem ligação com o setor farmacêutico.

À noite, Agnelo divulgou uma nota oficial, na qual reforça que foi alvo de uma "manobra sórdida montada por aqueles que não se conformam com a legitimidade do meu mandato e de uma farsa fabricada por aqueles que perderam privilégios e o poder político." "Venho sofrendo, nos últimos dias, violentos ataques que tentam me associar a atos irregulares. Estou confiante de que tudo será apurado e que a verdade começa a ser, agora, restabelecida."