Título: Portugal cai 1,7%
Autor: Caprioli, Gabriel
Fonte: Correio Braziliense, 15/11/2011, Economia, p. 9

O tom sombrio dado pelas autoridades alemãs às preocupações em relação à Europa reflete a coleção de indicadores ruins acumulados nos últimos meses e também a piora nas projeções para a economia da região nos próximos anos. Ontem, o instituto responsável pelas estatísticas de Portugal divulgou que o país teve retração de 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, em relação ao segundo.

Embora tenha ressaltado que o dado é preliminar e sujeito a revisões, o instituto destacou que a diminuição mais intensa do PIB no terceiro trimestre resultou, principalmente, da desaceleração das exportações de bens e serviços e da redução mais expressiva do investimento. "As despesas de consumo final das famílias mantiveram uma acentuada diminuição", ressaltou a instituição. A economia portuguesa expandiu 1,4% em 2010 e deve contrair 1,9% este ano e 3% no próximo, de acordo com projeções da União Europeia.

A queda é consequência da atividade industrial ressentida pela incerteza econômica. A produção da Zona do Euro, de acordo com a Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia), caiu 2% em setembro, ante o ganho de 1,4% em agosto. Foi o pior desempenho do indicador desde fevereiro de 2009. O número, porém, foi melhor do que a queda de 2,5% estimada por analistas. O indicador de produtividade caiu 2,9% na Alemanha e 1,9% na França. A combalida Itália despencou 4,8%.

Projeções Apesar de a produção ainda registrar crescimento de 2,2%, se comparada ao mesmo período de 2010, as previsões para o bloco são pouco animadoras. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cravou ontem que nenhuma das principais economias escapará da desaceleração.

O índice CLI, que mede, individualmente, o desempenho dos membros da entidade, caiu pelo sétimo mês seguido para 100,4 pontos em setembro, menor leitura desde dezembro de 2009. "Comparado à avaliação do mês passado, os CLIs apontam mais fortemente para desacelerações em todas as grandes economias", destacou a OCDE.