Câmara lembra centenário do ‘senhor diretas’

07/10/2016

 

 

Memória - Em cerimônia na Casa, deputados homenageiam Ulysses Guimarães, que ontem faria 100 anos.

No dia em que completaria 100 anos, o “Senhor Diretas”, como ficou conhecido Ulysses Guimarães, foi homenageado em uma cerimônia no plenário da Câmara dos Deputados – que leva seu nome – por deputados de diversos partidos, inclusive da oposição, como Érica Kokay (PT-DF) e Chico Alencar (PSOL-RJ). O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do mensalão, também voltou ao plenário para homenagear o “Dr. Ulysses”, como o político era chamado em Brasília.

A célebre frase de que “político tem que ter coragem” foi a mais lembrada pelos presentes, entre eles o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Para nós, que somos peemedebistas, o Ulysses é uma referência especial.

Para todos os brasileiros, ele é uma referência especial.

Tem algumas palavras que definem bem Ulysses, como a de que o político tem que ter coragem.

Hoje, quem faz política no Brasil tem que ter coragem de enfrentar os desafios que estão aí.” O secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, atual presidente da fundação do PMDB que leva o nome de Ulysses, também elogiou o correligionário. “Nós estamos homenageando o último político brasileiro que teve autoridade moral, que é a essência da atividade política, que teve as condições morais de, da tribuna desta Casa, dizer que estava falando em nome da Nação — foi o último”, afirmou.

Coube ao filho de Ulysses, Tito Enrique, dar um tom mais emotivo à cerimônia. Ele disse que sempre imaginou dois lugares para homenagear o pai: o mar e o plenário da Câmara. O político, que foi deputado por 11 mandatos, morreu em 1992, quando o helicóptero em que viajava de Angra dos Reis para São Paulo caiu no mar.

Um dos mais ativos opositores da ditadura, “Dr. Ulysses” foi símbolo de dois momentos históricos do País – no movimento Diretas-Já e ao presidir a Assembleia Nacional Constituinte.

 

O Estado de São Paulo, n. 44915, 07/10/2016. Política, p.A6