Título: Piora clima econômico
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 17/11/2011, Economia, p. 18

Pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o instituto alemão IFO mostra que o Índice de Clima Econômico (ICE) atingiu no Brasil 4,8 pontos em uma escala que vai até 9, o nível mais baixo desde janeiro de 2009, quando o indicador chegou a 3,9. A deterioração verificada no país seguiu tendência observada em toda a América Latina: na região, o ICE recuou de 5,6 para 4,4 pontos entre julho e outubro, em consequência das incertezas do cenário econômico mundial.

O ICE é o indicador-síntese da Sondagem Econômica da América Latina, feita trimestralmente. De acordo com a classificação utilizada pelo levantamento, níveis superiores a 5 pontos indicam uma avaliação ainda positiva. O Peru apresentou aumento de 6,1 para 6,2 pontos no indicador, mas Bolívia, Chile, México e Venezuela registraram índice de clima "desfavorável", abaixo de 5 pontos.

Competitividade Em relação às expectativas para o futuro — um dos dois componentes do ICE —, houve deterioração em todos os países. A exceção foi, mais uma vez, o Peru, onde o indicador avançou de 4,4 para 4,8 pontos. Na avaliação da situação econômica atual, a pesquisa aponta piora em oito países. Contudo, apenas no México o índice recuou para "avaliação desfavorável", sendo que em todos os outros casos o indicador ainda registrou valores acima de 5 pontos.

Os especialistas listaram os principais problemas enfrentados pelos países latino-americanos. Em primeiro lugar está a baixa competitividade internacional, seguida de falta de mão de obra qualificada, de confiança nas políticas governamentais, inflação e desemprego. No caso brasileiro, o principal problema apontado foi também a competitividade, aparecendo a inflação em segundo lugar, vindo a seguir falta de mão de obra qualificada, deficit público e escassez de capital.