Título: Direito negligenciado
Autor: Braga, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 28/11/2011, Política, p. 6

Apesar de ser um direito previsto pela Constituição e regulamentado pelas Diretrizes Nacionais de Educação no Sistema Prisional, o Ministério da Educação ainda tem dificuldade de garantir que todas as unidades prisionais tenham escolas. Não há números de quantas oferecem educação, mas de acordo com levantamento feito pelo Ministério da Justiça em 2010, somente 8,1% dos detentos estavam em algum tipo de atividade educacional. "A situação da educação em prisões não é fácil de lidar porque ainda existe muito preconceito. As pessoas enxergam o direito de aprender como um privilégio para os que estão privados de liberdade. Como se fosse uma regalia, como se não fosse cabível para eles", explica o diretor de Políticas de Alfabetização de Jovens e Adultos do Ministério da Educação (MEC), Mauro José.

Para professor da Cátedra Unesco de Educação de Jovens e Adultos, Timothy Ireland, é fundamental que a educação seja garantida, inclusive a profissionalizante, para que seja possível a ressocialização dos presos. "Sem essas ferramentas, eles dificilmente se inserem na cadeia produtiva e voltam a cometer crimes. É urgente que tenha incrementos na educação formal e na profissionalizante", defende.