Crivella pede desculpas por possíveis ofensas em livro
16/10/2016
Candidato diz que referências ao catolicismo foram ‘lamentável erro’
LOBO a respeito do livro “Evangelizando a África”, Marcelo Crivella disse amar “os católicos, espíritas, evangélicos e a todos” e pediu perdão caso os tenha ofendido “alguma vez”. Crivella afirmou que o pedido também vale “em relação à homossexualidade”. No texto, o senador diz que o livro foi escrito “há décadas” quando ele vivia na África, “num ambiente de guerras, superstição e feitiçaria”.
Ele classificou as referências ao catolicismo de “equivocadas e extremistas feitas por um jovem missionário, cujo zelo imaturo da fé, levou a cometer esse lamentável erro.”
O pedido de perdão ocorre 17 anos depois do lançamento da edição do livro em inglês, em 1999. Na época, Crivella tinha 42 anos. “Evangelizando a África” foi publicado em português em 2002. Na nota, o candidato a prefeito pelo PRB afirma que no Senado tem sido, há 15 anos, um “intransigente defensor da tolerância, da liberdade, da dignidade da pessoa humana”.
Durante a campanha, Crivella tem procurado desfazer a imagem de intolerância em relação a homossexuais e a religiões de matriz africana.
Além de ter se reunido com representantes de religiões e de movimentos LGBT, assinou a “Carta-compromisso com os direitos humanos contra a violência, o racismo e a intolerância religiosa”, redigida pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
O candidato se deixou fotografar com umbandistas e declarou apoiar a união civil de homossexuais. Ressalvou, porém, que, no casamento religioso, a “família deve ser mantida como ela é”.
A ÍNTEGRA DA NOTA
Repito, infelizmente, na imaturidade da fé, mas sinceramente pensando em ajudar movidos pela convicção equivocada de um dogma religioso, ofendemos sem intenção a quem amamos. Há 15 anos no Senado Federal sou um intransigente defensor da tolerância, da liberdade, da dignidade da pessoa humana. Erros cometidos no passado, há muito corrigidos pela maturidade do presente, só confirmam o que disse antes: sou candidato a prefeito, não a perfeito.
Perfeito só Deus!"
O globo, n. 30386, 16/10/2016. País, p. 3.