PT encolhe, e PSDB é o que mais cresce

Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Duarte e Fabiana Cambricoli

03/10/2016 

 

 

O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu sua maior derrota em eleições municipais, e elegerá menos prefeitos do que há 12 anos; os peemedebistas devem se manter na liderança do ranking de municípios, mas os tucanos tiveram o avanço mais significativo.

O PT foi o maior derrotado das eleições de ontem. O partido, que desde sua criação sempre cresceu em número de eleitos a cada disputa municipal, sofreu um retrocesso significativo e terá em 2016 menos vitórias que em 2004.

Até 0h30 de hoje, havia 256 petistas eleitos em um universo de 5.449 cidades com a apuração encerrada. Ainda havia 19 municípios com a contagem incompleta.

Com esse resultado parcial, o partido estava elegendo 4,7% dos prefeitos do País.

Nas eleições de 2012, a taxa foi bem superior: 11,5%.

Outra medida que dá uma ideia do tamanho do recuo petista é a queda do partido no ranking dos eleitos. Há quatro anos, o PT estava na terceira colocação, atrás apenas do PMDB e do PSDB. Neste ano, caiu para o décimo lugar.

A derrocada do PT foi especialmente forte nas capitais. Ontem, o partido conquistou apenas Rio Branco, com Marcus Alexandre, que se reelegeu. Para o segundo turno, o PT se classificou apenas no Recife, com o ex-prefeito João Paulo, além de seis cidades do interior.

O PMDB manterá a posição de primeiro colocado no ranking. Até 0h30, o partido havia conquistado 1.027 prefeituras, pouco mais do que o resultado de 2012 (1.021). Do total das cidades com apuração encerrada, em 19% havia um peemedebista vitorioso. Em relação ao resultado de quatro anos atrás, houve crescimento de um ponto porcentual.

O segundo colocado no ranking também permanecerá o mesmo de 2012: o PSDB.

Mas houve um crescimento significativo do partido, que elegeu 695 prefeitos há quatro anos e, em 2016, deve superar 792. É o maior avanço entre todas as legendas.

O porcentual de tucanos eleitos, que foi de 12,5% em 2012, deve passar para 15% neste ano. O número de eleitores que serão governados pelo partido terá um salto, principalmente por causa da vitória de João Doria em São Paulo, maior cidade do País.

Retração. O PSB, que foi a principal estrela de 2012, ao conquistar 130 prefeituras a mais do que nas eleições de quatro anos antes, agora deve ter um leve recuo.

Até 0h30 de ontem, havia 414 eleitos pelo partido, menos do que os 440 da disputa da eleição anterior.

O PRB, que em determinado momento chegou a liderar as pesquisas em São Paulo e no Rio de Janeiro, os dois maiores colégios eleitorais do País, deve crescer em relação ao resultado de 2012, quando elegeu 80 prefeitos.

O resultado parcial de 2016, indicava pelo menos 104 vitórias. No Rio, Marcelo Crivella estará no segundo turno. Em São Paulo, Celso Russomanno ficou em terceiro lugar.

O PSOL conquistou apenas duas prefeituras, mas esse número poderá ainda subir – o partido disputará o segundo turno em duas capitais: Rio de Janeiro e Belém. Até ontem, o PSOL ocupava a 31.ª posição no ranking das legendas que mais elegeram representantes.

A Rede, da ex-senadora Marina Silva, teve desempenho pífio: apenas cinco vitórias. O partido poderá também eleger mais um prefeito, já que terá um candidato no segundo turno em Macapá.

No dia 30 ,haverá 55 disputas de segundo turno. Os três partidos com mais candidatos na rodada final serão o PSDB (19), PMDB (14) e PSB (9).

RAIO X

● Veja a evolução no número de eleitos nas três últimas disputas municipais

*Os resultados de 2016 são do 1º turno, 2008 e 2012 são dos dois turnos

Aproveitamento

PMDB

44% 45% 19%

PSDB

43% 43% 14% 

PSD

46% 10% 

PP

44% 44% 9% 

PSB

34% 43% 8% 

PT

5% 33% 36% 

PDT

6% 35% 37% 

PR

5% 41% 39% 

PTB

5% 40% 36%

DEM

5% 39% 38% 

PRB

20% 27% 2%

PSOL

0% 0% 1% 

PPS

24% 29% 2% 

PV

19% 24% 2% 

PCdoB

21% 24% 1% 

PSC

22% 27% 2% 

SD

1% 

PROS

1% 

PHS

13% 13% 1% 

PEN

0,3.

 

O Estado de São Paulo, n. 44911, 03/10/2016. Política, p.A14