SUPREMACIA - Zona Oeste consagra vitória de Crivella

Fernanda Krakovics

31/10/2016

 

 

O senador Marcelo Crivella (PRB) se elegeu prefeito do Rio com os votos das zonas Oeste e Norte. Sua maior votação foi na 241ª Zona Eleitoral (Paciência, Cosmos e Santa Cruz), onde teve 77,8%. Já o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) predominou na Zona Sul, Grande Tijuca, Grande Méier e bairros do Centro, tendo seu melhor desempenho na 16ª Zona Eleitoral (Cosme Velho e Laranjeiras), com 67,1%, se consolidando como candidato da “São Salvador”, reduto de esquerda nessa região.

Apesar de também ter ganhado na Zona Norte, Crivella teve seu melhor desempenho na Zona Oeste, a mais populosa da cidade. E foi lá que ele escolheu para comemorar a vitória, no Bangu Atlético Clube. No primeiro turno, embora também tenha predominado na Zona Oeste, a maior vantagem do candidato do PRB tinha sido na 161ª Zona Eleitoral (Bonsucesso-Ramos), na Zona Norte.

Ipanema foi um enclave de Crivella na Zona Sul. No bairro, ele derrotou Freixo por 52,19% a 47,81%. Lá, o índice de brancos e nulos, 24,2%, superou a média da cidade, 20,1%. No primeiro turno, os candidatos Carlos Osorio (PSDB) e Indio da Costa (PSD) tiveram sua maior votação em Ipanema, 25,85% e 14,25%, respectivamente. Os dois apoiaram Crivella no segundo turno.

A 229ª Zona Eleitoral (Catumbi, Estácio, Rio Comprido), na região central, também destoou de seu entorno, dando vitória ao candidato do PRB por 51,23% a 48,77%. Nessa Zona Eleitoral, a taxa de abstenção, 30,1%, foi maior que a média da cidade, 26,9%.

Do primeiro para o segundo turno, Crivella teve mais sucesso em aumentar sua votação onde já era forte, na Zona Oeste, do que Freixo na Zona Sul. O local onde o candidato do PRB mais conquistou votos foi na 119ª Zona Eleitoral (Alto da Boa Vista, Barra, Itanhangá), com variação de 49,1%.

Já Freixo aprofundou mais sua votação na 212ª Zona Eleitoral (Jardim Botânico, Lagoa), com 28,9%. As pesquisas mostravam que o candidato do PSOL tinha mais intenções de voto entre os mais ricos. Por outro lado, Freixo não conseguiu penetrar na Zona Oeste. Durante a campanha ele alegou que tinha dificuldade em circular na região por questão de segurança, já que foi presidente da CPI das Milícias, muito presentes na Zona Oeste.

 

 

O globo, n. 30401, 31/10/2016. País, p. 4.