Título: Recuo de 0,3% em 2009
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 18/11/2011, Economia, p. 10

O tombo que o Brasil levou em 2009, provocado pela crise financeira desencadeada pela quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em 2008, foi mais leve do que o registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por calcular o crescimento do país. Ontem, a instituição fez a revisão do dado e constatou que a atividade econômica, na época, encolheu 0,3% em vez da contração de 0,6% divulgada anteriormente. Com isso, também o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) de 2010 será revisado em dezembro para cima, o que irá favorecer 2011 pelo que os especialistas chamam de "carregamento estatístico".

O desempenho melhor foi puxado pela indústria e pelo agronegócio, que também tiveram a queda suavizada na revisão do IBGE. O primeiro setor ficou com uma taxa negativa de 5,6% no lugar de uma queda de 6,4% e, o segundo, trocou um tombo de 4,6% por um tropeço menor, de 3,1%. Para Zeina Latiff, economista do Royal Bank of Scotland, é uma melhora, mas não merece tanta comemoração. "A métrica pode mudar um pouco, mas não muda o diagnóstico, que é de retração", afirmou.

Parte do mercado pondera que, com essa revisão, o carregamento sobre o PIB de 2010 será maior e, em um efeito em cadeia, irá afetar positivamente 2011. "Com essa revisão, crescem as chances, inclusive, de o PIB de 2011 fechar nos 3,5% desejados pelo governo", calculou Flávio Serrano, economista do Espírito Santo Investment Bank. (VM)