Título: Monti promete rigor fiscal
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Fonte: Correio Braziliense, 18/11/2011, Economia, p. 12

Em seu discurso inaugural, o novo primeiro-ministro italiano defende reformas para permanecer na Zona do Euro

Roma — O novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, fez ontem seu discurso inaugural, em que prometeu aplicar um programa baseado em "rigor, crescimento econômico e justiça social", defendeu o futuro do euro e garantiu que vai reduzir a brutal dívida pública do país e tranquilizar os mercados financeiros. Horas depois da estreia no Senado, seu governo formado por economistas, empresários e técnicos obteve um amplo apoio no Senado, com o voto de confiança sendo aprovado por 281 parlamentares entre os 307 presentes à sessão. Hoje, a equipe será testada em votação na Câmara.

"A Europa vive os anos mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial", disse o novo líder, repetindo a frase pronunciada pela primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, na segunda-feira. "O futuro do euro também depende do que a Itália fizer na próxima semana. Não consideramos as exigências da União Europeia (UE) como algo imposto desde o exterior. Não estamos em frentes diferentes. A Europa somos nós."

Monti vai acumular a chefia de governo com o delicado cargo de ministro das Finanças. "Devemos convencer os demais de que começamos a reduzir a dívida", disse. O endividamento público da Itália é de 1,9 trilhão de euros, o equivalente a 120% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas no país em um ano). Após substituir o desgastado Silvio Berlusconi, Monti está numa corrida contra o tempo para estancar a deterioração da confiança nos bônus soberanos do país.

Mulheres O novo premiê prometeu mudanças no sistema de aposentadorias, assim como do mercado de trabalho. "O mercado de trabalho deve ser reformado para que se tornar mais equitativo. Há trabalhadores muito tutelados e outros sem nenhum amparo", disse. Ele citou justamente as duas reformas estruturais mais pedidas pelas autoridades europeias e pelos investidores.

Ele não previu um novo plano de austeridade fiscal após os adotados por seu antecessor em julho e setembro, mas anunciou a introdução de um imposto sobre a habitação, anulado por Berlusconi. Para Monti, é necessário "reativar uma economia engessada, favorecer o nascimento de novas empresas, melhorar os serviços públicos e dar mais empregos aos jovens e às mulheres". O governo estudará "impostos diferenciais" para facilitar a contratação de jovens e mulheres.

Banqueiros deprimidos Estresse, depressão e insônia são três dos males mais frequentes observados na City de Londres, onde os grandes investidores estão submetidos a uma pressão crescente devido à crise global. O conselheiro do Lloyds Banking Group, Antonio Horta-Osorio, foi a primeira baixa. Ele anunciou que vai tirar licença médica até o fim do ano. "Há claramente um aumento de problemas ligados ao estresse, a transtornos causados pela ansiedade ou depressão", disse Michael Sinclair, diretor do City Psychology Group.