Crivella volta a negar uso de caixa 2 em campanha ao Senado

 
24/10/2016
Guilherme Amado

 

O candidato à prefeitura do Rio pelo PRB, Marcelo Crivella, negou, ontem, ter recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras, por meio de caixa dois, para o pagamento de materiais gráficos na campanha de 2010, quando foi eleito para o Senado. Segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, a denúncia foi feita por Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, que negocia a sua delação premiada. Na época da campanha, Crivella declarou à Justiça Eleitoral ter gastado R$ 435 mil com a impressão de banners, mas a quantidade de material citada na delação de Duque foi estimada em R$ 12 mill1ões.

O candidato à prefeitura do Rio pelo PRB, Marcelo Crivella, negou, ontem, ter recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras, por meio de caixa dois, para o pagamento de materiais gráficos na campanha de 2010, quando foi eleito para o Senado. Segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, a denúncia foi feita por Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, que negocia a sua delação premiada. Na época da campanha, Crivella declarou à Justiça Eleitoral ter gastado R$ 435 mil com a impressão de banners, mas a quantidade de material citada na delação de Duque foi estimada em R$ 12 mill1ões.

De acordo com Duque na proposta de delação, Crivella teve 100 mil banners pagos pelo esquema da Petrobras. Porém, pelo valor que declarou oficialmente ao Tribunal Superior Eleitoral, os R$ 435 mil equivaliam a apenas cerca de 3.600 placas, para cobrir todo o estado, considerando o preço médio estimado pelo mercado para o tamanho de placa mais procurado naquele ano por políticos do Rio. Segundo dois donos de gráficas consultados sob a condição do anonimato pelo GLOBO, o preço médio de um banner de 120 por 80 centímetros em 2010 era R$ 120.

Ontem, Crivella se defendeu dizendo que sempre fez campanhas modestas e que a acusação de Duque não tem fundamento. Segundo ele, a prova disso é que os investigadores não conseguiriam comprovar as acusações por não existirem documentos ou gravações que atestem a tese. Crivella chamou de "piada" a informação publicada pelo colunista do GLOBO e fez um breve histórico da política brasileira, em que citou de Pedro II a Juscelino Kubitschek, para dizer que "não houve político que nunca fosse supliciado": - Não vou me intimidar.

 

FREIXO DIZ QUE É GRAVE

O adversário de Crivella, Marcelo Freixo, do PSOL, também comentou a denúncia do ex-diretor da Petrobras: - Quem muito insiste em dizer que é ficha-limpa, talvez não seja. Se fica dizendo "sou ficha-limpa, sou ficha limpa", talvez seja para convencer a si mesmo. É uma denúncia grave, de envolvimento com o petrolão, que precisa ser devidamente apurada e esclarecida, claro. (Colaborou Suellen Amorim)

 

O globo, n. 30394, 24/10/2016. País, p. 4