Para Ciro Gomes, Lula ‘descolou-se da realidade’ e está ‘em final de ciclo’

Sérgio Roxo

10/10/2016

 

 

Potencial candidato à Presidência em 2018, ex-ministro também ataca Temer e Serra.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse ontem, durante o Festival Piauí GloboNews de Jornalismo, que o ciclo do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva na política está no fim. Em entrevista no evento, Ciro mais uma vez mostrou sua língua ferina e chamou o presidente Michel Temer de “golpista salafrário” e disse que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, está “senil”.

— O que eu penso é que quem está em final de ciclo é o Lula — afirmou o ex-ministro, ao ser perguntado se acreditava que depois do resultado das eleições municipais o PT iria acabar.

Para Ciro, Lula, de quem foi ministro da Integração Nacional, adotou práticas equivocadas.

— O Lula descolou-se da realidade. Começou a brincar de Deus, a se autorizar a praticar todo o tipo de coisas intoleráveis.

O ex-ministro, que pretende disputar a Presidência em 2018, afirmou ainda que a sua declaração sobre a ideia de levar Lula para uma embaixada para ele não ser preso foi distorcida. Ciro disse que, na verdade, estava criticando a ideia da ex-presidente Dilma Rousseff de nomear o líder petista ministro da Casa Civil e que a forma correta de protegê-lo não era essa.

— Disse que deveria ser formada uma comissão de juristas e, se esses juristas considerassem que o Lula poderia ser vítima de uma prisão ilegal, a opção seria sequestrá-lo e levá-lo para uma embaixada.

De acordo com o ex-ministro, o PT não produziu nenhuma reforma importante no país, enquanto esteve no poder, “apenas a da tomada de três pinos”.

Apesar de estar sendo processado por Temer, Ciro, por mais de uma vez, chamou-o de “golpista salafrário”. Na entrevista, o ex-ministro foi provocado para discorrer sobre figuras da política nacional. Afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um traidor do país. Sobre Serra, respondeu: — Pior que agora está senil. Acusou ainda o candidato do PSOL a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, de ter “um moralismo estreito”, e, por isso, não apoiaria ninguém no segundo turno da eleição carioca.

 

O globo, n. 30380, 10/10/2016. País, p.3