Ampla mobilização
Givaldo Vieira
10/10/2016
TEMA EM DISCUSSÃO: Antecipação das eleições de 2018.
Diante da ilegitimidade do governo, crescem nas ruas manifestações em favor de eleições para a Presidência da República antes de 2018. O governo golpista Temer é resultado de um golpe parlamentar que cassou os direitos de 110 milhões de brasileiros que votaram em 2014, dos quais 54,4 milhões na presidenta Dilma Rousseff. Temer é rejeitado maciçamente pela população brasileira, conforme atestam diferentes pesquisas.
O Brasil vive grave crise institucional, política e econômica. Não é um governo degenerado e instável que vai resolver nossos problemas e gerar um ciclo de investimentos no país. Sem legitimidade e sem ter submetido suas propostas a debate na campanha eleitoral, os golpistas anunciam a implementação de um programa que é verdadeira blitzkrieg contra os direitos sociais, trabalhistas e econômicos do povo.
Um desgoverno que aceita repressão a manifestações populares e orienta a bancada no Congresso a aprovar uma agenda que afeta os interesses nacionais. É o caso, por exemplo, da mudança do regime de exploração do pré-sal, retirando da Petrobras o papel de operadora única. Quem ganha com isso são petroleiras estrangeiras. Afora isso, adota uma agenda privatista e entreguista, seguindo uma cartilha neoliberal.
Incapaz de tirar o país da crise, o governo usurpador formula pacote voltado à retirada de direitos sociais e trabalhistas, para aumentar o fosso social e favorecer camadas sociais historicamente privilegiadas. É uma agenda do atraso.
Sem apoio popular, Temer anuncia mudanças que rompem com o legado da Constituição. Há, por exemplo, a PEC 241, a PEC do Estado mínimo, que pretende congelar os gastos do orçamento (menos as despesas financeiras), sacrificando saúde, educação, saneamento, programas sociais, mobilidade urbana, moradia popular e investimentos para o Brasil crescer. Pretende-se um assalto à Previdência Social e à CLT, a redução das aposentadorias e a venda de terras para estrangeiros.
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu conclamar diferentes segmentos da sociedade pelo fim do governo usurpador e por eleições diretas para presidente da República. Somente a mobilização permanente de todos os setores democráticos será capaz de reverter este momento amargo de nossa história. É o meio para restabelecer a soberania popular e garantir que o povo decida que política pública vai ser implementada.
O povo brasileiro já decidiu, em quatro pleitos presidenciais, que é a favor de um modelo que privilegie a justiça social, a democracia, a integração latinoamericana, a construção de um mundo multipolar, a soberania dos povos e a paz mundial. Um novo pleito eleitoral abre a discussão sobre o tema. Basta aprovar a PEC de número 20/2016, que entrou em tramitação em abril. (...)
*Givaldo Vieira é deputado federal (PT-ES)
O globo, n. 30380, 10/10/2016. Tema em discussão, p.12