Título: DF tem 19 reprovadas
Autor: Castro, Grasielle
Fonte: Correio Braziliense, 18/11/2011, Cidades, p. 28

Nenhuma instituição de ensino superior do Distrito Federal conseguiu alcançar a nota máxima na avaliação feita pelo Ministério da Educação — que leva em conta a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) — que avaliou cursos nas áreas de saúde e ciências agrárias. Entre as 37 instituições analisadas, 19 foram reprovadas. Elas atingiram entre 1 e 2 pontos. Somente a Universidade de Brasília (UnB) conseguiu chegar a 3,91 pontos. No ranking nacional, se consideradas apenas as instituições federais, ela ficou atrás de outras 11.

Mesmo assim, a universidade mais bem conceituada da capital foi reprovada em alguns cursos. Na área de serviço social, por exemplo, a média foi insatisfatória, atingindo somente 1,81 ponto. Na prova, os alunos tiraram 0,24. O que subiu a pontuação foi a boa qualidade do corpo docente e das instalações. De acordo com a decana de Graduação da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura, o desempenho aquém do esperado pode ter sido causado por diversos fatores. "Não temos como identificar se foi por problemas na estrutura ou por um boicote deliberado dos estudantes. Os alunos desse curso têm forte motivação política. Vamos investigar", declarou.

Quanto à 12ª colocação no ranking das federais, ela afirma não achar correto nivelar a UnB, que teve mais de 40 cursos avaliados no triênio, com uma faculdade que oferece três ou quatro cursos. "Mesmo com os "senões" do Enade, tomamos os resultados como parâmetro. Nosso objetivo para os próximos anos é garantir um lugar entre as cinco melhores (federais)."

Entre os piores resultados, estão três instituições particulares. Com média de 1,15, a Faculdade JK do Gama foi a última colocada. "Para chegar a essa análise são considerados diversos fatores. Como tivemos um desempenho insatisfatório, o MEC nos visitou no ano passado para saber o que tinha ocorrido. Apresentamos as nossas justificativas e a nota aumentou", explicou a diretora da instituição, Conceição Aparecida Ferreira.

As outras duas piores são, respectivamente, Faculdades Alvorada, localizada na Asa Norte, e Cecap, no Paranoá. Por meio de nota, o diretor acadêmico da Alvorada, Henrique Hortêncio Neto, enfatizou que o resultado não leva em consideração as melhorias implantadas no local. Segundo ele, é de interesse da faculdade valorizar esse instrumento de avaliação. Por isso, pretende aprofundar o envolvimento de cada aluno da instituição. A Cecap informou que a diretora estava em reunião e não poderia atender a reportagem do Correio.

A estudante do 6º semestre de psicologia Stefany Cardoso, 19 anos, atribui os resultados ruins à falta de compromisso dos alunos. "Muita gente que respondeu fez por fazer. Não existe um sentimento de avaliação, por isso, as pessoas não levam a sério", disse. "Considero o ensino daqui muito bom. Acho que a nota não reflete o que aprendemos em sala de aula", complementou a aluna da Faculdade Alvorada.