Valor econômico, v. 17, n. 4128, 09/11/2016. Brasil, p. A7

Temer acelera definição de proposta para a Previdência

Por: Andrea Jubé, Edna Simão e Cristiano Zaia

 

O presidente Michel Temer deflagrou ontem uma rodada de reuniões, determinado a colocar um ponto final no texto da proposta de reforma da Previdência Social. O governo não definiu uma data de envio da proposta ao Legislativo, mas, para dar aceno concreto a mercado e investidores, Temer decidiu que o texto segue ao Congresso antes do recesso, que começa no dia 13 de dezembro.

Uma fonte credenciada do Palácio do Planalto advertiu que a proposta não segue para o Legislativo antes da primeira reunião de retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, programada para 21 de novembro.

O governo conta com medidas de apelo popular - como a proposta para tornar mais rígidas as regras para aposentadoria de políticos - para neutralizar a rejeição da maioria da população à reforma previdenciária.

A estratégia do governo prevê, simultaneamente, o investimento maciço em campanhas de esclarecimento à população no rádio e na televisão. O governo avalia que se convencer a população da premência da reforma, diante do rombo bilionário, a sociedade pressionará os deputados e senadores a aprovarem as medidas.

Ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ao Valor que o governo não vai esperar as colaborações dos governadores para enviar a matéria ao Congresso. Um grupo de governadores, encabeçado por Raimundo Colombo, de Santa Catarina, sugeriu elevar a contribuição previdenciária dos servidores para 14%, mas a proposta não alcançou a unanimidade dos gestores estaduais. Temer comandou ontem duas reuniões para iniciar a discussão do texto, uma no início da tarde e outra à noite.