Valor econômico, v. 17, n. 4124, 03/11/2016. Política, p. A6

Cunha relaciona Temer e Lula como testemunhas

Por: César Felício

 

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado em setembro e preso no mês passado pela Operação Lava-Jato, arrolou o presidente Michel Temer, com endereço no Palácio da Alvorada, Zona Cívico-Administrativa de Brasília, como sua testemunha de defesa no processo que responde por corrupção.

Também foram relacionados petistas, como o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, o ex-deputado João Paulo Cunha e o ex-senador Delcidio do Amaral Gomez, cassado em maio e delator nas investigações.

Do partido de Cunha e Temer fazem parte da relação o vice-governador mineiro Antonio Andrade, os deputados mineiros Mauro Lopes, Saraiva Felipe e Leonardo Quintão e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves. Uma das investigações contra Cunha apura um depósito feito na Suíça pelo lobista João Augusto Henriques como suposta propina por negociações da Petrobras em campos de petróleo em Benin, país africano.

Cunha alega não ter tido influência na diretoria internacional da Petrobras sob a gestão de Jorge Zelada, o que seus colegas de partido supostamente poderiam comprovar. Lula era o presidente da República à época.

Ainda fazem parte do rol de testemunhas de defesa o pecuarista José Carlos Bumlai, que está preso e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que faz delação premiada. Entre os 22 relacionados estão ainda Mary Kyonaga, Elisa Mailhos, José Tadeu de Chiara, Hamylton Pinheiro Padilha Junior, Benicio Frazão, Pedro Bastos, Nelson Tadeu Filipelli, João Bifano, Sócrates Marques da Silva. O pedido foi apresentado no dia 1° e será válido caso o juiz Sérgio Moro aceite a denúncia contra Eduardo Cunha. (com agências noticiosas)