Título: Curso de medicina campeão
Autor: Alcântara, Manoela; Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 19/11/2011, Cidades, p. 32

A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) teve o quarto melhor rendimento entre todos os cursos de medicina do país no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), feito pelos alunos. A ESCS atingiu 4,48 na avaliação do Ministério da Educação (MEC), o que, segundo a metodologia do órgão de arredondamento de notas, coloca o curso entre os que atingiram o conceito máximo. O índice varia de 1 a 5.

]A segunda colocada no Distrito Federal foi a Universidade de Brasília (UnB), com 3,84. A Universidade Católica de Brasília garantiu 2,11 e as Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) alcançaram 1,91. No Conceito Preliminar de Curso (CPC), que leva em consideração a nota do Enade, a infraestrutura, o corpo docente e o projeto pedagógico, UnB e ESCS obtiveram média 4, enquanto a Católica e a Faciplac ficaram com 3. O CPC também oscila entre 1 e 5.

Esta é a terceira vez que a faculdade do GDF participa do exame. Em todas as edições, a instituição obteve a nota máxima. Para o coordenador do curso de medicina da ESCS, Paulo Roberto Silva, o resultado é animador. "A manutenção dessa nota máxima também é muito positiva", considera.

Em vez de aulas tradicionais, a Faculdade de Medicina do GDF utiliza um método de aprendizagem baseado na solução de problemas. Ao se depararem com determinada situação, os alunos precisam identificar o conteúdo que já dominam sobre o assunto, o que precisam estudar e, com orientação dos professores, determinar a estratégia para resolver a questão.

Em relação ao CPC, o coordenador do curso de medicina diz que os critérios utilizados pelo ministério são incompatíveis com as características da faculdade. O conceito leva em conta critérios como carga horária dos professores. O corpo de docentes da ESCS é composto por médicos que atuam em hospitais públicos e, por isso, têm carga horária de 20 horas semanais. "Os critérios definidos pelo MEC funcionam bem para as instituições acadêmicas. Como não estamos ligados à universidade e sim à rede hospitalar do DF, provavelmente nunca teremos a nota máxima nesse quesito", ressalta Paulo Roberto.

Sem surpresas Humberto Lucena Pereira da Fonseca, 34 anos, formou-se na ESCS e fez o Enade em 2010. Para ele, que hoje é médico residente no Hospital Regional de Sobradinho, o bom resultado da instituição não é surpresa. "Isso vem se repetindo ao longo dos anos, e fico feliz com o desempenho, mas não me surpreende", relata. Lucena acredita que a nota é mais uma prova da efetividade do projeto pedagógico utilizado pela instituição. "Outras faculdades no Brasil adotaram esse modelo, que é muito bom para a formação de um médico comprometido com o paciente e os problemas da saúde pública."

Lucena afirma que a prova feita por ele no ano passado foi bem elaborada. "Cobraram itens como redação e relacionamento com o paciente. Uma prova excessivamente técnica, que só exige as questões médicas, deixa de avaliar uma parte muito importante, que é a formação humana", aponta. Para o representante dos estudantes graduados pela ESCS, Leonardo Esteves Ramos, a avaliação que a faculdade recebeu elimina as dúvidas sobre a eficácia da metodologia adotada. "O fato de a faculdade ter tirado três vezes a nota máxima no Enade é inquestionável", salienta.