Ricardo Brandt
Um novo personagem que virou alvo da Operação Lava Jato poderá servir como elo para que as investigações avancem sobre concessões de aeroportos e rodovias no País.
O advogado Rodrigo Tacla Duran, que teve mandado de prisão expedido na quinta-feira passada, é suspeito de intermediar o pagamento de propinas para duas empresas que têm contratos no setor e estão sob investigação.
Entre elas está a Triunfo Participações, uma das donas da concessionária que controla o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. É a segunda integrante do consórcio a cair no radar da Lava Jato. A UTC Engenharia, também sócia da concessão, é acusada de integrar o cartel de empreiteiras que atuava na Petrobrás. Seu dono, Ricardo Pessoa, foi preso e fechou acordo de delação premiada.
Ele foi um dos delatores a apontar Tacla Duran como operador de propinas.
Segundo o pedido de prisão do advogado na Operação Dragão, a 36.ª fase da Lava Jato, empresas como a UTC, a Triunfo, a Odebrecht e a Mendes Jr. fizeram pagamentos ao escritório Tacla Duran Sociedade de Advocacia e para duas outras empresas do operador. Estes valores, segundo a investigação, eram enviados a doleiros e operadores financeiros que, por sua vez, disponibilizavam dinheiro em espécie para que as empresas pudessem pagar propina a agentes públicos sem deixar rastro.
O esquema permitiu a lavagem de mais de R$ 50 milhões, entre 2011 e 2013, segundo a força-tarefa da Lava Jato.
Rodovias. Outro setor que será alvo das investigações é o de rodovias. A Empresa Concessionária de Rodovias Norte S.A. (Econorte) repassou R$ 1,21 milhão para o escritório de advocacia de Tacla Duran. A empresa opera rodovias no norte do Paraná.
No pedido de prisão do advogado, os investigadores apontam que a Econorte e a Construtora Triunfo pertencem ao mesmo grupo controlado pela Triunfo Participações e Investimentos (TPI). “Juntas, as três empresas depositaram R$ 4,93 milhões nas contas mantidas pelo escritório de Tacla Duran.”