Título: Praias em perigo
Autor: Mariz, Renata; Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 23/11/2011, Brasil, p. 7

A mancha de óleo provocada pelo vazamento da petroleira Chevron no Campo de Frade, localizado no norte do Rio de Janeiro, pode chegar às praias do litoral brasileiro dentro de duas semanas. A informação foi divulgada pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, após reunião com técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Em nota, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirmou que a área ocupada pela mancha está se afastando do litoral e diminuiu consideravelmente, passando de 12km², no último dia 18, para 2km², na segunda-feira passada. "A partir da análise das últimas imagens submarinas, além de dados e informações coletados no interior do poço, verifica-se que a fonte primária do vazamento está controlada", esclarece um trecho do documento.

Apesar da nova avaliação, Minc disse que mais de dois terços de todo o óleo ainda está submerso. "A tendência é que esse material, por meio da decomposição natural, se junte e vire pelotas de piche, que poderão ser transportadas pelas correntes marítimas e aparecer nas praias de Arraial do Cabo, de Angra dos Reis e de Ubatuba", alerta o secretário.

Além de multas estimadas em R$ 150 milhões, a Chevron ainda deve arcar com as indenizações propostas separadamente pela Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro e da Secretaria Estadual do Ambiente, que entrará com uma ação civil pública ajuizada pela Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro. "Uma multa é uma punição. A indenização é um dinheiro necessário para a recomposição dos danos causados", explica o procurador Rodrigo Mascarenhas.

O valor das ações ainda está sendo estudado pelos órgãos, mas a quantia será usada em programas de recuperação da biodiversidade marinha e dos ecossistemas costeiros. Para Minc, a indenização deveria atingir o valor máximo de R$ 100 milhões.